Ex-gerente da Petrobras ganhou até 50 milhões em propina, diz delator

  • Por Danillo Oliveira/Jovem Pan
  • 29/07/2015 22h45

Mário Góes, novo delator da Operação Lava Jato, estimou em R$ 50 milhões o valor total de propina recebido pelo ex-gerente de Serviços e Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco. Mário Góes firmou o chamado Acordo de Colaboração Premiada nesta terça-feira. Ele prestou o primeiro depoimento nesta quarta-feira (29) na Polícia Federal do Paraná.

Góes é acusado pelo Ministério Público Federal de operar os recursos na área de Serviços e Engenharia dentro do esquema de corrupção da Petrobras. Em depoimento, disse aos policiais ter recebido até “R$ 8 milhões em investimentos em espécie como pagamento de propina por Pedro Barusco”.

Segundo o delator, o esquema teria começado em meados de 2003 e 2004, quando o então gerente propôs a ele que usasse a empresa Riomarine, de Mário Góes, para receber recursos junto aos negócios de Barusco. Mais tarde, foi aberta uma conta na Suíça.

Góes afirmou ainda que “no início de 2014, Barusco lhe disse que estaria sendo investigado por conta da sua relação com a empresa SBM”. O ex-gerente sugeriu então que “destruísse toda e qualquer evidência” relacionada à conta, chamada Maranelle. Em outro momento, o delator disse que “possuía extratos e outros registros dessa conta, todavia, por questão de segurança, destruía os extratos após conferir os depósitos”.

Outra conta também teria sido criada, com o nome PHAD, para “receber recursos a título de comissão de Pedro Barusco a partir de contratos mantidos entre a Andrade Gutierrez e a Petrobras”. Para fazer esse pagamento, um contrato foi celebrado em 2008 com o Grupo Andrade Gutierrez da ordem de R$ 6 milhões.

Em relação a pagamentos em espécie feitos a Pedro Barusco, o delator afirmou que “isso teria ocorrido quanto a algumas empresas, como a UTC por meio de Ricardo Pessoa [o proprietário]”. Mário Góes relatou que houve mais de um encontro com o dono da construtora. Ele disse ainda que pretende detalhar, em uma segunda oportunidade, as propinas entregues a Pedro Barusco pelas empreiteiras já investigadas na Operação Lava Jato.

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