Golpe do “golpe”: votação da inelegibilidade é melhor dos mundos para Dilma

  • Por Jovem Pan
  • 31/08/2016 14h52

Foi o golpe do “golpe”. O roteiro estava pronto, mas, no apagar das luzes, a reviravolta: Dilma Rousseff, destituída da presidência por meio de um longo processo de impeachment – e votado pela ampla maioria -, não está, conforme previsto por lei, inelegível.

O que isso significa? Ela terá dois anos de “férias”. E poderá voltar a ativa, concorrendo para qualquer cargo público, já em 2018. Veja bem, é isso mesmo. Se a petista quiser ser senadora em 2018, por exemplo, ela pode. Se o descanso não cair bem à ex-presidente, ela também tem a possibilidade de pegar um cargo público antes disso e assistir de camarote – e opinar direta ou indiretamente – em medidas de Temer.

Tudo indicava que o PT havia jogado a toalha, batendo na tecla do “golpe”. Ao longo das 70 horas de julgamento no Senado, repetidas vezes, o que se ouviu foi que não houve crime de responsabilidade fiscal e que o que a história teria em seu registro era um “golpe”.

E, sim, sem dúvidas, houve um golpe. Um golpe que, muito provavelmente, não começou na manhã desta quarta-feira (31), quando Lewandowski resolveu separar as votações: impeachment de um lado, inelegibilidade do outro. Não foram poucos os senadores que “mudaram de ideia” – na hora? há meses? nesta semana?. O golpe foi certeiro, implacável.

A manobra política era para ser comemorada pela militância petista nas ruas. O cenário para Dilma é muito, muito superior ao que Collor, por exemplo, teve. Ele, sim, ficou inelegível por 8 anos, mesmo tendo renunciado.

Michel Temer tem, agora, a sua responsabilidade multiplicada. Por que? Serão dois anos de instabilidade econômica e necessidade de retomada do crescimento. Com a sombra, quem diria, do PT para 2018.

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