Instituições políticas são as que mais perdem confiança da população, diz pesquisa

  • Por Jovem Pan
  • 31/07/2015 17h36
Agência Brasil Urna eletrônica

Descrédito nos políticos e nos partidos tende a aumentar no Brasil e a crise econômica contribui para o cenário de pessimismo. Uma pesquisa Ibope mostra queda no Índice de Confiança Social (ICS) que abrange, por exemplo, a presidência da República e o parlamento.

Segundo a pesquisa, que mede a confiança dos brasileiros em 18 instituições e quatro grupos sociais, os partidos políticos, Congresso Nacional, presidente da República, Governo Federal, sistema eleitoral e governo municipal são os que mais perdem a confiança da população. As denúncias de corrupção trazidas à tona pela Operação Lava Jato favorecem o quadro negativo.

Em entrevista à Jovem Pan, o fundador do Congresso em Foco, Sílvio Costa, considerou a crise atual a pior da história política nacional. “Eu acho que é a pior crise não só pela agravidade da crise econômica que a gente vive, que dá um colorido especialmente dramático na situação que o país vive hoje, como pela multiplicidade de crises políticas. A gente tem a crise da Dilma, do Governo, a crise do Eduardo Cunha, do renan, da oposição que não se entende. São Várias crises que se confundem ao memso tempo. Em relação à essa desconfiança da população, acho que tem muito a ver co o fato de o Congresso estar hoje nas mãos dos piores políticos”, disse.

Ele lembrou ainda que os comandantes do Congresso, Eduardo Cunha e Renan Calheiros, são homens sob suspeita.

Apesar do cenário negativo, o cientista político Rubens Figueiredo citou que a Operação Lava Jato já se tornou um divisor de águas. “A opinião pública está percebendo que aquela ideia de que no Brasil a Justiça é lenta, rico não vai para a cdeia, está caindo por terra. É um aspecto revolucionário este período que estamos vivendo. É uma mudança do entendimento que a sociedade tem de um poder importantíssimo, que sempre foi avaliado como protetor dos ricos e poderosos. Essa mudança está longe de ser pequena”.

Figueiredo ressaltou ainda a dificuldade da oposição unificar o discurso.

Confiança nas instituições

Em uma escala que vai de 0 a 100, como 100 sendo o índice máximo de confiança, os partidos políticos mantêm a última colocação do ranking, com 17 pontos.

Na penúltima colocação vem o Congresso Nacional empatado com a presidência da República, com 22 pontos. Ambos têm seu menor número desde que o ICS teve seu início, em 2009.

O Governo Federal também registrou queda em relação aos anos anteriores e chegou a 30 pontos (em 2014 tinha 43).

Entre os mais confiáveis estão: o Corpo de Bombeiros, com 81 pontos; igrejas, com 71; Forças Armadas, com 63 e meios de comunicação, com 59 pontos.

Confiança nas pessoas e grupos sociais

Outra medida do ICS é a confiança da população nas pessoas e na sociedade como um todo.

Entre as pessoas e/ou grupos sociais mais confiáveis estão “pessoas da sua família”, que atingiram 86 pontos. “Brasileiros de modo geral” marcam 57 pontos na escala.

ICS geral

Neste ano, o Índice de Confiança Social geral diminuiu em relação ao ano passado, atingindo 49 pontos e retornando ao patamar de 2013, o mais baixo desde o início da série.

Sobre a pesquisa

Realizada desde 2009, sempre no mês de julho, o ICS registrou queda em todas as instituições e grupos sociais desde 2013. Algumas chegaram a ter uma recuperação em 2014 e neste ano.

O Índice de Confiança Social ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 142 municípios. A pesquisa foi realizada entre 16 e 22 de julho.

*Gráficos divulgados pelo Ibope

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