Justiça nega liberdade ao empresário José Carlos Bumlai

  • Por Agência Brasil
  • 27/11/2015 20h12
BRASÍLIA, DF, 24.11.2015: OPERAÇÃO-LAVA JATO - O pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, é levado ao avião da PF após ser preso em Brasília - A prisão do pecuarista José Carlos Bumlai se insere em um esquema de corrupção e fraude para pagar dívidas da campanha da reeleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme os depoimentos de delatores e provas que embasaram a decretação da prisão do pecuarista pelo juiz Sergio Moro. Preso pela Polícia Federal em Brasília nesta terça-feira (24), no âmbito da Operação Lava Jato, o pecuarista, que é amigo de Lula, foi levado para Curitiba. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) Pedro Ladeira/Folhapress O pecuarista José Carlos Bumlai (de terno)

A Justiça Federal em Porto Alegre negou nesta sexta-feira (27) pedido de liberdade ao empresário José Carlos Bumlai, preso terça-feira (24). Na decisão, o desembargador João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, entendeu que Bumlai deve continuar preso devido aos indícios dos crimes pelos quais o empresário é acusado.

De acordo com o desembargador, há provas dos crimes de corrupção envolvendo pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras e ao PT na contratação de um navio-sonda pela estatal.

“Diante de tudo isso, transparece a gravidade concreta dos crimes investigados e os efetivos riscos à investigação e à instrução penal, o que atrai a necessidade de decretação da prisão preventiva, seja para fazer cessar a atividade criminosa narrada com exatidão pela autoridade coatora, seja para inibir a possibilidade de uso indevido pelo paciente de sua proximidade com figuras exponenciais da política nacional”, argumentou Gebran.

Bumlai foi preso em Brasília, durante a Operação Passe Livre, 21ª fase da Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Bumlai usou contratos firmados com a Petrobras para quitar empréstimos com o Banco Schahin. A prisão foi decretada pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba.

Segundo o procurador da República Diogo Mattos, depoimentos de investigados que assinaram acordos de delação premiada indicam que o empréstimo se destinava ao PT e foi pago mediante a contratação da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, da Petrobras, em 2009.

Conforme Sérgio Moro, há indícios de que Bumlai usou indevidamente o nome de Lula para obter vantagens.

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