Lava Jato: Marcelo Odebrecht autorizou propinas a obras em SP, RJ, RS e SC

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2016 12h04
Reuters Marcelo Odebrecht

A 35ª fase da operação Lava Jato (“Omertà”) deflagrada nesta segunda-feira (26), que prendeu preventivamente o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antonio Palocci, revelou que a empreiteira Odebrecht mantinha um caixa ativo para o pagamento de propinas em diversas obras da empresa pelo País.

Esse “caixa-geral sem destinação específica” funcionava “como uma poupança” pois a movimentação de propina era constante, explicou a procuradora Laura Gonçalves Tessler. O próprio ex-presidente da companhia, Marcelo Bahia Odebrecht, condenado a mais de 19 anos de prisão em março, autorizava e coordenava o pagamento de propinas, inclusive fora do período eleitoral.

“Marcelo Bahia Odebrecht coordenava e autorizava diversos pagamentos de propina, não só para Antonio Palocci, mas para obras de vários níveis de administração, federal ou estadual”, explicou o delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace. Ele listou as obras para as quais a Odebrecht pagou propina. “Ele (Marcelo Odebrecht) autorizou e isso está documentalmente provado”, disse também Pace.

São elas:

– Linha 2 do Metrô de São Paulo;

– Obras da CPTM (trens) em São Paulo;

– Reformas centros educacionais universitários – com ajuste com a OAS para o pagamento de propina;

– Metrô de Ipanema no Rio de Janeiro;

– Porto pesqueiro de Laguna, em Santa Catarina;

– Contratos de processamento de lixo em São Paulo

– Obras no município de Rio das Ostras, no estado do Rio de Janeiro;

– Obras de construção e reforma de presídios e casas de custódia no Rio de Janeiro;

– Obras de reforma do aeroporto de Santos Dummont, Rio de Janeiro;

– Modernização do autódromo de Jacarépagua e obras da piscinas olímpicas dos jogos Panamericanos de 2007, no Rio de Janeiro;

– Terceira Perimetral (via arterial) em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Além disso, são investigadas pela Lava Jato a aquisição de um terreno onde seria construída uma nova sede do Instituto Lula. Foi encontrado no sítio atribuído ao ex-presidente Lula Atibaia um projeto arquitetônico do prédio, que não chegou a ser construído. O fim do terreno é analisado.

São citados ainda pelos investigadores obras da Odebrecht na Arena Corinthians, em São Paulo, e de submarinos no Prosub – Programa de Desenvolvimento de Submarinos. Há documentos que vinculam contas de “italiano”, codinome de Antonio Palocci, ao Prosub. As análises dessas provas ainda serão aprofundadas, ressalta o delegado da PF.

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