Membros da polícia legislativa do Senado são alvos de ação da PF

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2016 08h54

Uma das funções da Polícia do Senado é proteger o patrimônio público e garantir o bom funcionamento das sessões

Edilson Rodrigues/Agência Senado ASENADO Uma das funções da Polícia do Senado é proteger o patrimônio público e garantir o bom funcionamento das sessões

A Polícia Federal está no Senado nesta sexta-feira (21). Os alvos são membros da polícia legislativa que teriam obstruído investigações da Operação Lava Jato e de outras investigações

Os policiais legislativos teriam feito varreduras nas casas de políticos para identificar e eliminar escutas policiais autorizadas. A Polícia Federal denominou a ação como “Operação Métis”, em referência à deusa grega da “proteção”, capaz de antever acontecimentos.

A PF cumpre 9 mandados: quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão. Os oficiais envolvidos foram afastados do cargo por tempo indeterminado.

Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa. Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e 6 meses de prisão, além de multa, informa a Polícia Federal. A Justiça Federal determinou a suspensão do exercício da função pública dos policiais do Senado envolvidos.

Os mandados foram expedidos pela 10º Vara do Distrito Federal.

O principal alvo hoje é Pedro Ricardo Araújo Carvalho, chefe da polícia legislativa, que foi preso temporariamente (por até cinco dias) para prestar depoimentos. Além das varreduras em casas de congressistas, os policiais legislativos investigados teriam dado orientações a senadores sobre como se protegerem das investigações, em esforço de contrainteligência ao trabalho da Políca Federal.

Segundo a PF, equipamentos de inteligência foram utilizados a mando de Carvalho para “criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores”.

“Em um dos eventos, o Diretor da Polícia do Senado ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de Senador”, diz também a PF. Em julho do ano passado, policiais legislativos tentaram impedir a entrada da PF no apartamento funcional do ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL). A Polícia Federal, no entanto, não confirma na nota se esse é o caso referido.

Os polícia legislativos são uma espécie de seguranças, funcionários do Senado que devem garantir a segurança dos senadores e do prédio. 

A base da operação desta sexta (21) é a delação de um policial legislativo contra a própria diretoria da Polícia Legislativa do Senado, que determinava a execução dessas tarefas de contrainteligência.

A Polícia Federal não entrou em nenhum gabinete nem admoestou qualquer deputado ou senador. Os alvos foram somente os servidores do Congresso. A ação da PF foi autorizada judicialmente.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.