Michel Temer diz que só vai indicar substituto de Teori no STF após definição de relator

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 21/01/2017 16h39
EFE Michel temer

O presidente Michel Temer afirmou na tarde deste sábado (21) que só vai indicar o substituto de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal (STF) “após a indicação de um novo relator”. Caberá à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, redistribuir o processo da Operação Lava Jato, que Teori relatava. A ministra já indicou que deve redistribuir o processo entre os atuais dez integrantes da Corte

A declaração de Temer foi dada em Porto Alegre, durante o velório de Teori Zavascki, que ocorre na sede do tribunal Regional federal da 4ª Região (TRF-4). O presidente registrou seu pesar pessoal e de todo o governo pela morte de Teori e disse que se trata “de uma perda lamentável para o País, o poder judiciário e a classe política”.

“Ele era um homem de bem. O Brasil precisa cada vez mais de homens com a competência moral e profissional de Teori”, acrescentou Temer.

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, também fez um breve pronunciamento, lembrando que tinha uma boa relação com Teori, com quem se reuniu diversas vezes para discutir questões relacionadas ao processo legislativo. “Foi um exemplo em todas as funções que ocupou”.

Homenagens

Presente no velório do ministro Teori Zavascki, que acontece na manhã deste sábado (21), no Tribunal Regional Federal em Porto Alegre, o juiz federal Sérgio Moro fez um rápido pronunciamento e lamentou a morte do magistrado.

“Vim, juntamente com magistrados federais, prestar minhas homenagens ao ministro Teori Zavascki. Acredito que, pela qualidade, relevância, importância e serviços que ele prestava e pela importância destes processos, que ele foi um verdadeiro herói. Há uma grande desolação da magistratura”, disse o juiz responsável em primeira instância pelos julgamentos da Operação Lava Jato.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli se emocionou ao falar sobre Teori Zavascki no velório do magistrado. De acordo com Toffoli, foi uma perda pessoal que abala muito. “A humildade dele marcará para sempre a justiça brasileira. E nós tivemos a oportunidade de desfrutar de sua companhia. (…) Não poderia deixar de vir aqui dar um beijo nesse grande amigo”, disse o ministro, com a voz embargada.

Acidente aéreo

O ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki morreu no acidente do avião que caiu nesta quinta-feira (19) nas proximidades de Paraty, no Rio de Janeiro. A aeronave partiu do Campo de Marte (SP) e ia para o Rio de Janeiro com quatro passageiros a bordo. A informação da morte do magistrado foi confirmada pelo filho dele pelo Facebook. Antes, o filho de Zavascki havia confirmado a presença do pai no voo e pediu para os amigos para “rezarem” pela sobrevivência do ministro.

Teori, que tinha 68 anos, era o ministro relator das ações da Operação Lava Jato no Supremo. Cabia a ele os próximos e decisivos passos da investigação que envolve alguns dos políticos mais emblemáticos do Brasil e que possuem foro privilegiado e, portanto, só podem ser julgados pela mais alta corte.

O ministro era responsável pela homologação das conhecidas “delações do fim do mundo”, colaborações de 77 executivos da construtora Odebrecht com a Justiça. A expectativa era que o ministro do STF começasse a decidir em fevereiro a oficialização ou não das delações que envolviam diversos políticos importantes dos núcleos do governo de Michel Temer e Dilma Rousseff. Enquanto estava em recesso, a equipe de juízes do ministro analisava o extenso material resultante de uma longa negociação que se estendeu por todo o ano de 2016.

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