OAB irá protocolar pedido de impeachment de Temer na Câmara
O Conselho Pleno da Ordem dos Advogados do Brasil votou pela abertura de processo de impeachment contra o presidente da República, Michel Temer, por crime de responsabilidade.
Os conselheiros acolheram voto proposto por comissão especial que analisou as provas do inquérito. Foram 25 votos a favor, apenas uma divergência e uma ausência. O pedido deve ser protocolado na Câmara dos Deputados nos próximos dias.
O presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, lamentou o fato. “Estamos a pedir o impeachment de mais um presidente da República, o segundo em uma gestão de 1 ano e 4 meses. Tenho honra e orgulho de estar nessa entidade e ver a OAB cumprindo seu papel, mesmo que com tristeza, porque atuamos em defesa do cidadão, pelo cidadão e em respeito ao cidadão. Esta é a OAB que tem sua história confundida com a democracia brasileira e mais uma vez cumprimos nosso papel”, afirmou.
Temer quer parar investigação
Em seu segundo pronunciamento após a divulgação da delação da JBS, que motivou abertura de inquérito contra si por corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa, o presidente da República Michel Temer rebateu as acusações, desqualificou o delator Joesley Batista, dono da JBS que fez as gravações, e anunciou que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão da investigação “até que seja verificada em definitivo a autenticidade” do áudio, que classificou como “gravação clandestina”.
O pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) analisará o pedido realizado neste sábado pelo presidente da República, Michel Temer, para suspender a investigação aberta contra ele por supostos crimes de corrupção passiva, obstrução à Justiça e organização criminosa.
O instrutor do caso Petrobras no Supremo, ministro Luiz Edson Fachin, decidiu hoje enviar ao pleno a análise da solicitação realizada pelo presidente e poderia ser votado na próxima quarta-feira pelos juízes do tribunal.
Fachin também determinou que seja realizada uma perícia da gravação realizada pelo dono da empresa JBS, Joesley Batista, e que envolveu diretamente Temer, quem hoje denunciou que o áudio foi “adulterado” e “manipulado”.
O presidente questionou a validade da gravação depois que peritos disseram que a peça sofreu várias edições antes de ser entregue por Batista à Justiça.
Em uma mensagem à nação, Temer afirmou hoje que a gravação é “fraudulenta”, “modificada” e esconde “interesses subterrâneos”.
Após a solicitação de Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu a continuidade da investigação, pois, em sua opinião, o objetivo é analisar os fatos.
O presidente Temer voltou a defender sua inocência, depois que os diretores da JBS o acusaram de receber propinas desde 2010 e disse que “nunca comprou o silêncio de ninguém” e nem “obstruiu a Justiça”.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.