Oposição e base aliada criticam MPs do ajuste fiscal e agem para adiar votação; PT defende

  • Por Jovem Pan com Agência Câmara Notícias
  • 05/05/2015 21h45
CELSO JUNIOR/AGÊNCIA ESTADO/AE Caso Renan: senador Sibá Machado renúncia à presidência do Conselho de Ética do Senado

Deputados da oposição e da base aliada subiram à tribuna para criticar as medidas provisórias que fazem parte do ajuste fiscal e dificultam o acesso a benefícios como o seguro-desemprego e o seguro-defeso (MPs 664/14 e 665/14). Parlamentares do PT defenderam as medidas propostas pelo governo.

O líder do SD, deputado Arthur Oliveira Maia (BA), disse que o ajuste fiscal é, na verdade, um “pacote de perversidade” do governo. “No ano passado, o Brasil era o país das maravilhas. Mas, passada a eleição, eles apresentam um pacote de maldades que trata de forma desrespeitosa o trabalhador.”

O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) condicionou o apoio do partido à medida provisória do seguro-desemprego (MP 665/14) à decisão do PT em defender o texto. “Se o PT não votar o ajuste, só tem um caminho para a Dilma, renunciar. O PMDB só vai votar se o PT vier também”, afirmou.

De acordo com o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), as medidas são reflexo de uma rota de desequilíbrio fiscal e da irresponsabilidade do governo. “O governo gastou, gastou e gastou. Agora, estão dando a conta para o cidadão brasileiro, em especial os trabalhadores, pagar com direitos conquistados ao longo do tempo.”

Defesa
Para o líder do PT, deputado Sibá Machado (PT-AC), quando a economia do País precisa de um ajuste, não se pode olhar a coloração partidária. “Ninguém está fazendo ajuste porque quer, mas porque há necessidade”, afirmou. Segundo ele, a discussão não é mais sobre o ajuste, mas política e simbólica. “A posição da bancada do PT é de apoiar as duas medidas provisórias e vamos acompanhar essas votações.”

O deputado Afonso Florence (PT-BA) defendeu as mudanças. Segundo ele, a medida vai viabilizar a continuidade das políticas públicas do governo. “Garantir esse instrumento é garantir o instrumento do Estado do seguro-desemprego e do abono salarial.”

O deputado Carlos Zarattini (PT-SP) ressaltou que o texto votado em Plenário está muito diferente da medida provisória original enviada pelo governo. “Fruto de um amplo debate com o governo, de uma ampla discussão onde o objetivo foi ajustar os preceitos da MP às necessidades da população”, disse.

Segundo ele, as mudanças foram feitas para que direitos trabalhistas como o seguro-desemprego fossem viáveis. Zarattini também defendeu a comissão quadripartite a ser criada pelo governo para discutir mudanças na Previdência Social, em especial, o fim do fator previdenciário.

Sindicalistas
Na galeria do Plenário, sindicalistas ligados à Força Sindical e à Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) apoiaram as críticas às medidas do governo e gritaram questionando a ausência da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Florence criticou as falas dos sindicalistas. “A galeria está atingindo o partido.”

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que adotou um critério para acesso às galerias de acordo com a proporcionalidade partidária, com até 250 pessoas.

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