Perito contratado por Temer desqualifica PGR: “ingênua” e “incompetente”

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 22/05/2017 21h14
Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Perito Ricardo Molina diz que gravações de Joesley Batista não servem como provas para incriminar Temer

Em entrevista coletiva, o perito Ricaro Molina, contratado pela defesa de Temer, afirmou que há “buracos” no áudio gravado por Joesley Batista, na tentativa de incriminar o presidente da República. Molina também não poupou críticas à Procuradoria Geral da Républica (PGR), do qual chamou de “ingenua” e “incompetente”.  “Perícia não trabalha com certeza, perícia trabalha com verossimilhança”, declarou.

Ao ser questionado inúmeras vezes por jornalistas se então não era possível afirmar que a conversa entre Temer e Joesley foi realmente editada, Molina falou que diante das “anomalias” apresentadas nos momentos em que há entroncamentos no diálogo, há uma forte suspeita. “Se me colocarem na parede eu diria que sim: que houve edição”, disse. “Minha convicção é que a gravação foi manipulada”, completou. 

Por diversas vezes em sua apresentação a jornalistas, Molina criticou a atuação da Procuradoria-Geral da República. Segundo ele, os técnicos da PGR que assinaram o laudo “não sabem nada de áudio”. “Se colocarem eles aqui na minha frente eles vão começar a gaguejar”, disse. 

Molina repetiu que o material é “tão contaminado que não pode ser levado a sério” e que só foi por conta do contexto político. Ao ser questionado se a PGR está sendo ingênua de estar usando as gravações, o perito respondeu: “ingênua e incompetente”. 

O perito disse ainda esperar que a Polícia Federal leve em conta suas análises feitas no material e ressaltou que duvida que eles tenham equipamentos “mais avançados do que eu uso”. 

Molina afirmou que a sua “convicção” é de que a gravação foi manipulada e a posição técnica correta e até ética é desprezar a gravação.

Pagamento

Molina foi contratado pelo escritório do advogado Antonio Claudio Mariz, responsável pela defesa do presidente Michel Temer no inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), e não quis revelar o valor do contrato. “Pergunte para quem contratou”, disse. 

O advogado Gustavo Guedes, que também trabalha na defesa da Temer, estava na coletiva de imprensa e respondeu apenas: “menos do que vocês imaginam”.

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