PF faz buscas na casa de Joesley Batista, da Friboi

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/07/2016 16h54
SP - OPERAÇÃO LAVA JATO/CASA JOESLEY BATISTA – JBS - GERAL - Viaturas da Polícia Federal em frente à casa do empresário Joesley Batista, presidente do Conselho de Administração da JBS Friboi, na rua França, Zona Oeste de São Paulo (SP), na manhã desta sexta-feira (1), durante nova fase da Operação Lava Jato. Os mandados desta etapa da operação foram autorizados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Lava Jato na corte. 01/07/2016 - Foto: MARCOS BEZERRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Marcos Bezerra/Estadão Conteúdo PF fez buscas na casa de Joesley Batista

A Polícia Federal esteve na manhã desta sexta-feira, 1, na residência de Joesley Batista, sócio do grupo que controla a JBS, dona da Friboi, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, onde cumpriu um mandado de busca e apreensão na Operação Sépsis, desdobramento da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga as propinas pagas ao presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por empresas que receberam recursos do fundo FI-FGTS.

Além dele, imóveis do empresário Henrique Constantino, um dos donos da GOL, também foram alvo de mandados de busca e apreensão

A operação realizou buscas ainda na Eldorado, empresa da holding J&F, controladora da JBS, que fica no mesmo prédio da sede da Friboi em São Paulo, e na casa do lobista Milton Lyra. Ao todo foram cumpridos um mandado de prisão preventiva, do lobista Lucio Bolonha Funaro, apontado pelo MPF como operador de Cunha, e 19 mandados de busca: 12 em São Paulo, 2 no Rio de Janeiro, 3 em Pernambuco e 2 no Distrito Federal.

A operação tem origem em duas delações premiadas: a do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e a do ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas Nelson Mello. Cleto afirma, em delação, que Eduardo Cunha ficou com 1% de negócio de R$ 940 milhões aprovado pelo FI-FGTS com a Eldorado.

Fabio Cleto contou que a negociação do aporte da Eldorado foi feita com o controlador da J&F, Joesley Batista, supostamente apresentado a ele por Funaro num jantar na casa do operador financeiro.

Além disso, o FI-FGTS possuía, ao final do ano passado, R$ 1,149 bilhão em debêntures da Eldorado Brasil Celulose, conforme as demonstrações financeiras do fundo correspondente a 2015.

No demonstrativo financeiro citado consta que “os recursos captados por meio dessa emissão são destinados para o desenvolvimento do projeto de construção e implantação do tratamento de águas e efluentes relacionados ao projeto localizado na cidade de Três Lagoas-MS, bem como investimento em soluções para transporte rodoviário e hidroviário da emissora”.

Nem Joesley Batista nem Henrique Constantino comentaram ainda a operação de hoje.

Pela manhã, a JBS se manifestou em comunicado. “A JBS comunica a seus acionistas e ao mercado em geral que, em relação às notícias veiculadas na data de hoje pela imprensa, a Companhia, bem como seus executivos, não é alvo e não está relacionada com a operação da Polícia Federal ocorrida na manhã de hoje”.

Já a assessoria de Constantino divulgou: “A Via Rondon informa que, um de seus diretores, Henrique Constantino, foi procurado na manhã desta sexta-feira pelo MPF para apresentar a documentação pertinente a empréstimo tomado junto ao Fundo Investimentos FGTS, solicitação esta que foi prontamente atendida. Ressaltamos que a solicitação do MPF está relacionada unicamente com a Via Rondon e não possui qualquer relação com outras empresas da família Constantino.”

A Eldorado afirmou que “confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo na manhã de hoje. A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais.”

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