Confronto entre policiais e sem-teto marca desocupação de prédio no Rio

  • Por Agência Brasil
  • 14/04/2015 10h56
RIO DE JANEIRO, RJ, 14.04.2015: REINTEGRAÇÃO-RIO – Polícia acompanha reintegração de posse do edifício Hilton Santos, no Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (14). A reintegração foi determinada pela justiça no último dia 9, atendendo aos pedidos do Clube de Regatas do Flamengo, proprietário do imóvel, e do Grupo EBX, que arrendou o prédio em 2013. O arrendamento do prédio pelo grupo do empresário Eike Batista previa a construção de um hotel, que deveria ficar pronto neste ano. (Foto: Erbs Jr./Frame/Folhapress) Erbs Jr./Frame/Folhapress Polícia acompanha reintegração de posse do edifício Hilton Santos

Um incêndio atingiu por volta das 10h desta terça (14) o Edifício Hilton Santos, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, ocupado por famílias sem teto há uma semana. O fogo começou logo depois que as primeiras pessoas saíram do prédio, após um acordo com a Secretaria Municipal de Assistência Social.

Bombeiros e policiais entraram no prédio para combater as chamas, cujo foco está nos andares inferiores do edifício. No meio da confusão, houve confronto entre os ocupantes do prédio, que jogaram copos e pedras nos policiais. A Polícia Militar respondeu aos ataques com spray de pimenta. Algumas pessoas foram detidas.

A Polícia Militar cercou o edifício no início da manhã para retirar as famílias sem-teto. De acordo com a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, há cerca de 200 pessoas na ocupação, e, entre elas, dezenas de crianças.

Desde o início da manhã houve forte presença policial na Avenida Ruy Barbosa, fechada para a operação. Pouco depois das 9h soldados do Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos se posicionaram em torno do prédio e o perímetro de isolamento foi ampliado. A desocupação estava marcada para as 8h, mas defensores públicos e advogados da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) intermediavam as negociações enquanto aguardavam a apreciação de um pedido de agravo.

Para o presidente da comissão, Marcelo Chalreo, é preciso maior sensibilização do judiciário em relação à situação dessas famílias: “são pessoas que estão peregrinando pela cidade em busca de moradia. Tirá-las daqui vai prolongar esse sofrimento”.

O defensor público João Helvécio de Carvalho, coordenador do Núcleo de Terra e Habitação da Defensoria criticou a ação que, na visão dele, não precisava ser realizada tão rapidamente: “Não faz sentido. É um prédio abandonado”.

Ambulâncias e carros dos bombeiros estão no local, assim como vans da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social.

Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil // Edição: Marcos Chagas

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