Rio Grande do Norte decreta estado de calamidade na segurança

  • Por Jovem Pan
  • 06/01/2018 11h23 - Atualizado em 06/01/2018 11h42
Marcelo Camargo/Agência Brasil Marcelo Camargo/Agência Brasil Governador autorizou Segurança a contratar sem licitação serviços emergenciais para "restabelecer a segurança" em meio à paralisação de policiais

Decreto do governo do Estado do Rio Grande do Norte decretou neste sábado (6) estado de calamidade pública em meio a greve de policiais civis e militares que chega ao 19º dia. A Força Nacional de Segurança e o Exército auxiliam na segurança da capital, Natal, e das maiores cidades.

O governador Robinson Faria leva em consideração no decreto “o aumento dos índices de violência decorrente da paralisação das atividades dos policiais militares e civis”. O decreto tem vigência de 180 dias, seis meses.

Enquanto durar a greve, o Estado coloca à disposição “todos os bens, serviços e servidores da Administração Pública Direta ou Indireta” para auxiliar nos serviços de Segurança Pública.

Os órgãos da Segurança também ficam autorizados a contratar sem licitação “quaisquer serviços e bens disponíveis, públicos ou privados, com vistas ao restabelecimento da normalidade no atendimento aos serviços de segurança pública”.

Na quinta (4), o comando da operação das Forças Armadas informou que, mesmo com 2.800 militares na Grande Natal e em Mossoró, apenas 50% das ocorrências solicitadas pelo número 190 estão sendo atendidas.

O Rio Grande do Norte também está em situação de calamidade pública na Saúde e no Sistema Prisional. Além disso, 135 cidades potiguares decretaram situação de emergência devido à seca.

Greve afeta o comércio

A paralisação das polícias e dos bombeiros no Rio Grande do Norte continua sem nenhum acordo. A greve começou no dia 19 de dezembro por falta de condições de trabalho e atraso no pagamento dos salários.

O governo prometeu concluir a folha de pagamento de novembro neste sábado. Mas os líderes de associações recusaram a proposta e reivindicaram que a medida não atendia aos outros pedidos, como as melhorias nas viaturas e equipamentos de segurança.

Quem sofre com o impasse são os comerciantes do Estado. Segundo o Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte, Afranio Miranda, a paralisação cria um clima de terror que afeta tanto o comércio, quanto o turismo.

Logo no início da greve, a ótica do comerciante José Assis de Lima Júnior, situada no bairro do Alecrim, região comercial de Natal, foi arrombada, mas os bandidos não levaram nada.

Desde então, o proprietário disse estar tenso e inseguro com a situação. O dono da loja disse que depois que as Forças Armadas foram enviadas à cidade, desde o dia 29 de dezembro, o clima de insegurança melhorou, mas espera que o governo e os policiais cheguem a um acordo o quanto antes.

Com a paralisação, o Estado passou por uma onda de violência: foram 106 mortes violentas nos primeiros 15 dias sem policiamento nas ruas, uma média de quase 7 mortes por dia, segundo o levantamento do Observatório da Violência Intencional do Rio Grande do Norte.

Até agora, nenhum policial grevista foi preso, apesar de duas ordens judiciais mandarem os agentes encerrarem a paralisação.

Com informações complementares de Natacha Mazzaro para o Jornal da Manhã

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