Após flagrante de “feirão do crack”, especialistas reclamam da omissão do Poder Público

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2015 19h11
Reprodução Vídeo Jovem Pan On Line Feirão do crack no centro de São Paulo é ignorado pelo poder público

A reportagem da Jovem Pan Online flagrou nesta sexta-feira (29) uma verdadeira “feira livre” do crack nas ruas do centro de São Paulo. Com uma câmera escondida, a equipe filmou pelo menos uma centena de usuários de droga na alameda Dino Bueno, próximo à Estação da Luz.

O que chama atenção no flagrante é o fato de os usuários e os traficantes estarem cercados por viaturas da Polícia Militar e Guarda Civil Metropolitana, que parecem não se importar com a ação.

Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Santa Cecília, Fabio Fortes, há uma cumplicidade do poder público no sentido da desobstrução do passeio público. Em entrevista à repórter Izilda Alves, da Jovem Pan, ele disse que “essa é uma região totalmente tomada pelo consumo e venda de drogas.”

Segundo Fortes, o aparato policial no local é invejável. “São cerca de 25 viaturas da GCM e uma dezena de viaturas da Polícia Militar”, afirma. “Uma concentração enorme de policias dando toda a segurança necessária para o consumo de droga.”

Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública informou que “lamenta não ter sido procurada pela reportagem da Rádio Jovem Pan e esclarece que a Polícia Militar dá suporte aos agentes sociais e de saúde que fazem o atendimento aos usuários de drogas na região, pois o consumo de crack é um problema de saúde pública. A atuação da Policia Miltar no local é de combate aos crimes de tráfico ou porte de entorpecentes, assim como crimes correlatos como furtos e roubos que acontecem em razão da necessidade de obtenção de recursos financeiros para sustentar o vício.”

Na visão do Promotor de Justiça Criminal do Ministério Público de São Paulo, Marcelo Barone, uma das principais causas dessa situação na região é a ineficiência da lei. “Infelizmente vivemos num país de faz de conta”, diz. “Não existe nenhum tipo de repressão a esta conduta. Não existe repressão do Estado a isso. Ninguém se preocupa em alterar a legislação.”

Confira abaixo o flagrante do “Feirão do crack”:

 

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