Após três anos de governo, Haddad cumpriu apenas metade das promessas

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2015 15h10
Haddad come coxinha durante inauguração da ciclovia na Avenida Paulista Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress Prefeito Fernando Haddad come coxinha

Após três anos à frente da cidade que tem um dos maiores orçamentos do Brasi, Fernando Haddad não cumpriu boa parte do que prometeu. São R$ 51 bilhões em 2015.

Na série especial “São Paulo 2016”, a Jovem Pan apresenta um balanço dos últimos 3 anos da cidade e os principais desafios para a próxima gestão.

E, principalmente, o que o paulistano viu sair do papel a um ano das eleições municipais.

Para responder a essa pergunta, ligamos o microfone da Jovem Pan em frente à hospitais e postos de saúde. Falta de médicos e equipamentos, escolas e creches, ônibus que atendam à demanda… (ouça acima)

A percepção popular é de que as promessas do plano de metas do prefeito Fernando Haddad estão ficando no papel. E a visão de especialistas ecoa o que ouvimos nas ruas ao usarmos dados nesta análise.

Segundo levantamento da Rede Nossa São Paulo, a um ano das eleições estão na lista de pendências da prefeitura 3 hospitais, mais de 30 unidades da Rede Hora Certa e ao menos 100 postos de saúde.

Se mudarmos a mira para a área da educação, também parece difícil acreditar no fim do déficit de 150 mil vagas em creches e a conclusão de 19 dos 20 CEUs prometidos até 2016.

Em habitação, o petista prometeu construir 55 mil moradias – foram entregues pouco menos de 5 mil unidades.

Estes assuntos importantíssimos, no entanto, acabam ofuscados no dia a dia pela discussão de questões pontuais (e não menos polêmicas), como a redução da velocidade das marginais ou a ampliação das ciclovias da cidade.

Segundo o coordenador executivo da Rede Nossa São Paulo, Mauricio Broinizi, doutor em História Econômica pela USP, a gestão cumpriu apenas metade do prometido faltando 12 meses para as eleições. “Até o momento existe uma defasagem entre o tempo da gestão e o tempo de cumprimento de todas as metas que ele (Haddad) propôs”, diz Broinizi.

Ambição

Onde a administração petista mais soma pontos positivos, segundo o estudo, é na área de mobilidade urbana, com metas próximas de serem cumpridas. Se elas têm refletido os benefícios que prometeram, bem, isso já é outra questão.

Na visão de Broinizi, parte dos desafios do próximo prefeito será dar conta do atraso de investimentos acumulados ao longo de anos. O plano de metas do Haddad, neste caso, foi ambicioso demais para ser saldado a tempo, avalia o especialista.

“O plano de metas foi um pouco ambicioso, no sentido de tentar dar uma maior atenção a todos os déficits sociais da cidade”, disse. “Sem recursos federais e com pouco investimento do governo do Estado nas áreas sociais da capital, fica muito difícil”.

E quando falamos em projeto de reeleição, metas descumpridas costumam custar caro, reforça o cientista social do Mackenzie, Rodrigo Prando. “O que postula a reeleição é aquele que vai ser julgado pelos seus feitos e desfeitos”.

Arco da promessa

Dentre tantos projetos, talvez o calcanhar de Aquiles de Fernando Haddad seja o Arco do Futuro, um dos principais projetos de campanha que propõe uma reforma urbana ao longo de grandes corredores de São Paulo buscando atrair investimentos e empregos fora do centro.

A Jovem Pan procurou o prefeito Fernando Haddad para ouvir qual avaliação ele faz da própria gestão. Mas ele preferiu não falar sobre o tema.

No próximo capítulo da série especial “São Paulo 2016”, você vai ouvir um panorama do que tende a ser a mais disputada eleição da capital paulista.

Pela repórter Jovem Pan Carolina Ercolin

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