Caso de estudante morto na USP é primeiro registrado no Brasil de uso do 25B-NBOMe, droga mais forte que o LSD

  • Por Izilda Alves/Jovem Pan
  • 20/10/2014 09h23
Reprodução/ONU/UNODC 25B-NBOMe

Laudo do Instituto Médico Legal no Instituto Médico Legal do corpo do estudante da USP, Victor Hugo Santos, morto durante festa mês passado, revela o primeiro caso no Brasil de uso de uma droga sintética que é mais potente que o LSD.

O 25B-NBOMe, usado em quantidade mínima, chega a causar alucinações de 12 a 15 horas, provocando situações de alto risco, que podem causar a morte. O alerta é do perito José Luiz da Costa, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Toxilogia, que acaba de voltar dos EUA, onde cursou doutorado com especialização em drogas sintéticas

“(O 25B-NBOMe) é uma substância extremamente difícil de ser detectada no sangue: as concentrações são muito baixas”, explica Costa. O efeito semelhante ao LSD, povocando alucinação auditiva e visual.

“A gente não encontrou ainda nenhum relato de morte 100% comprovada por causa de everdose com NBOMe, mas teve situações de morte de que a droga fez parte”, revela ainda o doutor, citando casos da literatura médica de pessoas que pulam do carro em movimento ou da sacada do prédio tentando alcançar a piscina.

“(Esta droga) aumenta muito a frequência cardíaca, aumenta a pressão arterial”, explica também, apesar de nenhuma morte por parada cardíaca ter sido registrada. “Dizem que é parecido com o mata-borrão.”

Parecida com o LSD, o 25B-NBOMe também é vendido em forma de selos e com grande efeito pelo pouco tamanho. “A quantidade que você vai ter nesse selinho, nesse quadradinho, é de 1 ou 2 mg”.

“O próprio pessoal do DEA (Drug Enforcement Administration, ouDepartamento de Controle de Drogas, em tradução livre), da política norte-americana, tem todo um protocolo especial quando descobrem um laboratório de síntese dessas drogas sintéticas. Eles vão paramentados com aquelas roupas como se fosse para entrar em local de arma química. Porque, como elas são extremamente potentes e a quantidade necessária para causar um efeito é muito pequena, se um perito entra num laboratório desses e esbarra a mão desprotegida ou inala um pó desse, ele pode começar a ter um efeito alucinógico dentro do local”, relata ainda José Luiz da Costa.

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