Coordenador de ação da prefeitura explica como funcionará a abordagem aos dependentes químicos

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2017 18h22
23 05 2017 Sao Paulo SP Brasil - Com a retirada do viciados em crack da região da Luz centro . Outros locais como Praça Princesa Isabel é a nova" Cracolandia" com centenas de usuarios de droga na cidade e tamebém em outros locais do centro. Foto Alan White/Fotos Publicas Alan White/Fotos Públicas Cracolândia passou para Praça Princesa Isabel - Fotos Públicas

Em mais uma ação para resolver o problema da Cracolândia, a Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado criaram um comitê médico para atuar com os usuários de crack na capital paulista. À frente deste grupo estão os psiquiatras Ronaldo Laranjeira, que já coordena o programa anticrack do governo de Geraldo Alckmin, e Arthur Guerra.

Em entrevista à Jovem Pan, Arthur Guerra, conhecido pela posição favorável à internação de usuários de drogas, explicou como será realizado o trabalho na região central de São Paulo e falou também sobre a decisão judicial que derrubou a autorização que a administração municipal tinha para apreender os usuários para avaliação médica de forma compulsória.

“Nossa primeira medida será fazer a integração entre os trabalhos que já vinham sendo feitos pelo governo do Estado e a prefeitura. Eram dois trabalhos que caminhavam um pouco distantes, mas que agora passarão a funcionar juntos. Estamos identificando as atividades, definindo a abordagem, o tratamento e a reabilitação”, disse.

Para Guerra, a liminar do Tribunal de Justiça fez com que o foco dos trabalhos fosse alterado. Como não poderá acontecer a internação compulsória, as equipes multidisciplinares formadas por médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais irão para as ruas e praças do centro de São Paulo fazer a abordagem e apresentar aos usuários aquilo que o governo está oferecendo.

“A justiça disse que não pode ter intervenção. Ok. Vamos trabalhar assim então: são nove equipes multidisciplinares que nós temos, trabalhando 12 horas por dia, indo atrás dos pacientes, já que não podemos forçá-los a nada. Vamos oferecer a eles o tratamento necessário. Mas, para que isso aconteça, será necessário que os pacientes aceitem”, explicou.

O psiquiatra acredita que as dificuldades para alcançar os objetivos nesse trabalho serão grandes, já que os usuários não querem deixar as ruas e praças da cidade. “Não precisa ser médico para dizer que as pessoas estão lá precisam de ajuda. Aquelas pessoas não têm discernimento, já que estão sob efeito da droga”, lamentou.

“Vamos um pouco de cada vez. Vamos aprimorar o trabalho das equipes na abordagem dos pacientes. Vamos aprimorar a métrica desses casos. Vamos aprimorar também como essas pessoas, ao saírem das internações, o que vão fazer depois. Como vão trabalhar e aonde vão morar. É um desafio grande. Esse é um problema de saúde pública muito grave”, concluiu.

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