Médicos residentes do Hospital São Paulo decidem entrar em greve
Em assembleia na tarde desta segunda-feira (22), os médicos residentes do Hospital São Paulo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) decidiram entrar em greve a partir de amanhã (23). Segundo a Associação dos Médicos Residentes da Escola Paulista de Medicina (Amerepam), cerca de 1,3 mil residentes prestam atendimento no hospital.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) informou que os profissionais reivindicam melhoria nas condições de trabalho para o atendimento à população. Os residentes alegam que corte do repasse de verbas feito pelos governos federal e estadual prejudicaram o serviço de atendimento.
O hospital universitário é administrado pela Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e é mantido, segundo o Simesp, pelo governo federal, mas também por recursos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Na última quinta-feira (18), o conselho gestor do hospital decidiu suspender o atendimento para cirurgias não emergenciais e tratamentos especializados por causa da superlotação e da crise financeira.
Segundo o hospital, a medida foi tomada porque a instituição está enfrentando uma enorme demanda nos serviços de urgência e emergência. A situação, segundo a instituição, foi agravada pela greve dos servidores públicos federais, que retirou dos postos de trabalho diversos profissionais, principalmente auxiliares, técnicos e enfermeiros, o que contribuiu para reduzir a capacidade de atendimento nas unidades de internação.
Um dia depois do anúncio de suspensão das cirurgias eletivas, a Secretaria Estadual de Saúde anunciou o repasse emergencial de R$ 3 milhões ao hospital para “socorrer financeiramente a instituição e evitar que cirurgias previamente programadas sejam suspensas ou canceladas”. O Ministério da Educação, por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), também repassou recursos e as internações eletivas, então, foram retomadas. “Essas internações serão iniciadas pelos pacientes oncológicos e, à medida que os recursos estejam disponíveis e o abastecimento restabelecido, os demais pacientes serão chamados para internação”, disse a Unifesp em nota divulgada na sexta-feira (19).
No entanto, para o diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Otelo Chino Júnior, as propostas de aporte financeiro dos governos federal e estadual, feitas na última semana, serão suficientes apenas para um mês, o que não sanaria os muitos problemas enfrentados pelo hospital.
Procurada pela Agência Brasil, a Unifesp informou que ainda não havia sido informada oficialmente sobre a greve.
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