Metrô alega “erro de digitação” e eleva em R$ 14,5 mi custo do monotrilho

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/02/2017 13h13
A queda de uma viga nas obras de implantação do monotrilho, que resultou na morte de um operário no fim da tarde de ontem (9), ainda interdita vias na capital paulista (Marcello Casal Jr/Agência Brasil) Marcello Casal Jr/Agência Brasil Monotrilho - abr

Menos de nove meses após retomar a construção de um trecho paralisado da Linha 17-Ouro, o monotrilho do Morumbi, o Metrô de São Paulo aumentou em R$ 14,5 milhões o valor do contrato assinado com o consórcio que assumiu a obra, em maio de 2016.

A justificativa dada pela estatal controlada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) para o reajuste foi um “erro de digitação” na planilha de serviços e preços da conclusão das estações Campo Belo, Vila Cordeiro e Chucri Zaidan da Linha 17, na zona sul paulistana.

O contrato foi assinado com o consórcio TIDP, formado pelas empresas Tiisa Infraestrutura e Investimentos S/A e DP Barros Pavimentação e Construção Ltda., no valor de R$ 74,2 milhões. Com o aumento de 19,5%, o custo sobe para R$ 88,7 milhões.

A contratação foi feita pelo Metrô depois do rompimento contratual com o consórcio Andrade Gutierrez e CR Almeida, em janeiro de 2016, sob a alegação de que as empreiteiras haviam abandonado o canteiro de obras. As empresas negaram o fato e afirmaram que já tinham tentado rescindir o escopo da obra por causa de atrasos provocados pelo Metrô na liberação de frentes de obras e projetos executivos.

Após o imbróglio, o Metrô decidiu convidar o segundo colocado na licitação vencida em 2013 pelo consórcio da Andrade e da CR Almeida com a proposta de R$ 129,3 milhões. Diante da recusa, a estatal assinou com o consórcio TIDP, terceiro colocado no certame, pelo valor residual de R$ 74,2 milhões.

A construção do monotrilho da Linha 17 foi anunciada em 2010, quando a promessa era concluir 17,6 km de linha e 18 estações ligando a Linha 1-Azul, no Jabaquara, à Linha 4-Amarela, na futura estação São Paulo-Morumbi, em 2012. Nada foi entregue ainda.

Agora, a previsão é concluir menos da metade da linha (7 km e 7 estações), ligando o Aeroporto de Congonhas (zona sul) à Estação Morumbi da Linha 9-Esmeralda da CPTM, passando pela Linha 5-Lilás do Metrô. Seis estações devem ser entregues em 2018 e a parada que conecta com a Linha 9 ainda não tem data para ser concluída.

Erro

Em nota, o Metrô afirmou que o aditivo de 19,5% no contrato com o consórcio TIDP “está dentro do limite permitido pela lei 8 666”, que é de 25% do valor total do contrato, e que “a medida compreende a inclusão de novos serviços e adequação de outros necessários à conclusão da obra”.

Esse aditivo, segundo a estatal, “foi ocasionado pelo erro de digitação de um dos mais de 300 itens” da planilha de serviços e preços. O Metrô afirma ainda que a contratação do consórcio TIDP sem licitação “é legal” e que ocorreu após o consórcio da Andrade e da CR Almeida “abandonar os trabalhos em janeiro de 2016, prejudicando a continuidade da obra”.

“Após a rescisão deste contrato, e com a recusa do segundo colocado da licitação em assumir o trabalho, o Metrô firmou contrato com o terceiro colocado do certame – consórcio TIDP – pelo saldo restante de execução, no valor R$ 74,25 milhões”, conclui a companhia.

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