Para ex-presidente da Eletrobras, racionalização do consumo é tardia

  • Por Jovem Pan
  • 03/02/2015 12h47

Obras para captação de água do volume morto do sistema Cantareira Zanone Fraissat/Folhapress Obras para captação do volume morto na represa de Joanópolis (SP)

Após ter afirmado que o reservatório das hidrelétricas do sudeste só tem água suficiente para um mês de geração de energia, o ex-presidente da Eletrobars e diretor do COPPE/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, em entrevista exclusiva à JOVEM PAN, disse que o racionamento de água é aconselhável. “É a melhor maneira de atravessarmos o ano tendo em vista que os reservatórios estão abaixo de 20%”, avaliou.

Para o físico, o problema da escassez hídrica é uma confluência de fatores climáticos e políticos. Além do verão rigoroso que o país tem enfrentado, ele reconhece que a gestão não fez um bom gerenciamento das represas e destacou que o uso das termoelétricas deveria ter começado há mais tempo. “Isso já vem de mais de um ano, esse esvaziamento progressivo dos reservatórios. Agora é preciso economizar energia e é possível”, ponderou.

A partir disso, governo deveria enfatizar campanhas que incentivassem a economia e investir no desenvolvimento das obras atrasadas de transmissão e geração de energia. O objetivo seria evitar o racionamento. “Eu acho que não se deve chegar a tanto, e sim usar um programa de estímulo, estímulo tarifário, estímulo de conscientização através da propaganda da mídia e do convencimento da população que o melhor é economizar energia para não faltar”.

No entanto, Pinguelli ressalta que apesar das medidas complementares, o que surtiria efeito imediato seria a iniciativa do consumidor de reduzir o consumo de água.

Ouça mais detalhes da entrevista no áudio acima.

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