Rio de Paz faz protesto contra o estupro no vão livre do Masp

  • Por Agência Brasil
  • 10/06/2016 10h08
SP - PROTESTO RIO DE PAZ/MASP - GERAL - Rio de Paz realiza protesta contra o abuso sofrido pelas mulheres, no vão livre do MASP, em São Paulo (SP), nesta sexta-feira (10). 420 calcinhas estão estendidas, no chão, representando a quantidade de mulheres estupradas a cada 72 horas no país. Por ano, são cerca de 50 mil. Além disso, estão expostos painéis de 2x2 metros com imagens do fotógrafo Marcio Freitas sobre o tema “Nunca me calarei”. Nas fotos, modelos retratam a angústia sofrida por mulheres vítimas de abuso. 10/06/2016 - Foto: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo Fotos com o tema “Nunca me calarei” e 420 calcinhas são estendidas no vão livre do MASP em protesto contra o estupro em SP

A organização não-governamental Rio de Paz faz nesta sexta-feira (10) uma intervenção com calcinhas e painéis fotográficos para protestar contra o estupro. No vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, foram colocadas 420 calcinhas para simbolizar as 420 notificações de estupros que ocorrem no Brasil a cada 72 horas.

Para a coordenadora-geral da ONG em São Paulo, Fernanda Vallim, a situação é ainda mais preocupante por que apenas 10% dos casos são notificados no país. “Isso é escabroso, o poder público não pode mais dar as costas para essa situação, precisa olhar com cuidado. Tratar também da impunidade. Por que isso continua acontecendo? Existe a subnotificação por não haver estrutura para isso. O criminoso sabe que não vai se preso”, disse.

Os painéis fotográficos trazem o rosto de modelos com histórico de abusos. A exposição passou pela praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e permanece hoje até as 14h em São Paulo. Em seguida, os painéis seguem para Brasília.

Protesto em Copacabana (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Dionízio Reis, bancário de 33 anos, observou com curiosidade a intervenção. “É chocante. O objetivo aqui é despertar a curiosidade das pessoas. É um assunto muito preocupante. Vemos hoje políticos que indiretamente defendem o estupro se levantando como grandes lideranças no país, isso é muito ruim”, disse.

Fernanda Vallim lembra que as vítimas mais vulneráveis estão na periferia. “O objetivo é sensibilizar o poder público para a criação de políticas públicas de educação, conscientização, para lidar com a cultura do estupro e com a vulnerabilidade das vítimas que se encontram na periferia”, disse ela.

Edição: Denise Griesinger

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