Vereador defende salários altos dos funcionários da Câmara: “democracia custa dinheiro”

Recém eleito

O vereador José Américo (PT) deu entrevista exculsiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan nesta sexta-feira. Américo é líder da Câmara Municipal, mas deixa o cargo em 2015 para assumir seu novo mandato de deputado estadual.

Questionado pelo convidado historiador Marco Antonio Villa (que também falou à Jovem Pan) sobre os altos salários dos servidores públicos, assim como o grande número de funcionários contratados, Américo disse: “A democracia custa dinheiro, não vejo como excesso”. E argumentou: “Os veradores precisam de recursos técnicos para trabalhar”.

O verador continuou: “Eu acho que há uma tolerância em relação ao Poder executivo, pela tradição brasileira centralizada, e um excesso de zelo com o legislativo”.

Um exemplo que Américo usa para sustentar esse argumento é o esforço conjunto que teve a Câmara municipal para aprovar o Plano Diretor, que considera a proncipal lei deste ano em que esteve na presidência da casa. “A principal delas este ano foi o plano diretor, integrado por mais de 200 artigos, mais de 60 audiências públicas”, enumerou. “Definimos a nova lei urbana para São Paulo”. “Talvez seja a atividade legislativa mais intensa do Brasil”, gabou-se o vereador. “Em pouco mais de 4 meses nós votamos um texto enorme, complexo, complicado”.

Américo também comentou da decisão dada já na madrugada desta sexta, em sessão de quinta que passou de meia-noite. O governo municipal decidiu reduzir o aumento do IPTU de 20% para 10% para os imóveis residenciais e de 35% para 15% para os imóveis comerciais. Américo elogia a lei pois “a pessoa paga menos sobre seu imóvel que não está sendo objeto de comercialização”.

Sobre escândalos de corrupção que presenciou , José Américo garante que, como presidente da Câmara, “enfrentou de frente” os desmandos e apurou “tudo o que foi denunciado”.

A respeito da CPI dos Alvarás, que investiga esquema de propinas para a concessão de alvarás a comerciantes, Américo afirmou que “à medida em que as coisas forem identificadas, serão devidamente punidas”.

“Isso (corrupção) existe na administração pública brasileira”, assumiu. “A diferença é você tomar as medidas ou não – ou jogar tudo para debaixo do tapete”, disse.

Américo falou ainda do resultado da auditoria no sistema de transportes na cidade, que revelou que a Prefeitura de São Paulo poderia economizar R$30 milhões por mês.

“Nós vamos acompanhar o que tem sido feito por Jilmar Tatto”, disse. “Vai ser feita uma nova licitação para os transportes públicos de São Paulo”, projeta.

“Vai aumentar o rigor das cobranças, vão aumentar as multas e também vai discutir o excesso de lucro, o lucro exorbitante que eventualmente existe em algumas linhas”, espera o vereador.

O petista explicou por fim por que deixa a Câmara Municipal para assumir na Assembleia Legislativa como deputado estadual. “Depois de 10 anos como vereador, eu senti a necessidade de ampliar o meu trabalho em relação a alguns temas”, e cita: “no transporte público, a gente precisa lutar para que a rede de metrô seja expandida na cidade de São Paulo e na grande São Paulo”. “Também quero priorizar o ensino médio profissionalizante”, prometeu.

Ouça a entrevista completa no áudio acima.