Sorveteria virou “serviços médicos” em fraude da saúde no Maranhão, diz PF

  • Por Estadão Conteúdo
  • 16/11/2017 12h40
Divulgação Divulgação A investigação mostra que servidores públicos recebiam um salário extra, pago por fora do contracheque

A Operação Pegadores, quinta fase da Operação Sermão aos Peixes, deflagrada nesta quinta-feira, 16, revela que até sorveteria virou uma empresa especializada na gestão de serviços médicos no milionário esquema de fraudes contra a saúde no Maranhão.

Os investigadores descobriram que a casa de gelados, “da noite para o dia”, em fevereiro de 2015, passou por um processo de transformação jurídica e foi utilizada para a emissão de notas fiscais frias que permitiram o desvio de R$ 1.254.409,37. Além da sorveteria, outras empresas de fachada foram usadas para viabilizar fraudes e desvio de verbas públicas na contratação e pagamento de pessoal.

A Pegadores, ação em parceria da Polícia Federal, Receita, Procuradoria e Controladoria-Geral da União, está nas ruas desde cedo nesta quinta, 16, para cumprimento de 45 mandados judiciais, expedidos pela 1.ª Vara Criminal da Justiça Federal do Maranhão, dos quais 17 de prisão temporária e 28 de busca e apreensão – um endereço vasculhado pelos agentes é a sede da Secretaria da Saúde do Maranhão.

A investigação mostra que servidores públicos recebiam um salário extra, pago por fora do contracheque, em desvio direto de verbas públicas na denominada “folha complementar”.

A Pegadores descobriu, ainda, uma rede de funcionários fantasmas, apadrinhados de políticos que recebiam sem realizar qualquer trabalho. O desvio de verbas ocorria por meio do pagamento a empresas de fachada, supostamente especializadas na gestão de serviços médicos. O montante dos recursos públicos federais desviados por meio das fraudes, segundo apuração parcial, atinge R$ 18.345.815,03, destacam os investigadores.

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