Casa Branca endurece recado aos democratas que apoiam novas sanções ao Irã

  • Por Agencia EFE
  • 11/01/2014 06h05

Washington, 11 jan (EFE).- A Casa Branca endureceu sua mensagem contra os legisladores democratas que são favoráveis a uma ampliação das sanções econômicas ao Irã, após descobrir que um projeto de lei com esse objetivo está a ponto de reunir o apoio necessário para ser aprovado no Senado.

“Se certos membros do Congresso querem que os Estados Unidos tomem ações militares, devem dizê-lo ao povo americano. Mas, não está claro porque um membro do Congresso apoiaria uma lei que talvez feche a porta da diplomacia e torne mais provável que os Estados Unidos tenham que escolher entre opções militares ou permitir que o Irã continue com seu programa nuclear”, afirmou a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional Bernadette Meehan.

Essa declaração foi enviada a um grupo da imprensa americana algumas horas depois que se soube que os dois senadores que promoveram o projeto de lei para ampliar as sanções econômicas ao Irã estão a ponto de reunir o apoio necessário para aprová-lo, apesar do acordo com o Grupo 5+1 de não impor novas restrições a Teerã durante as negociações nucleares.

O projeto promovido pelos senadores Robert Menéndez (democrata) e Mark Kirk (republicano) conseguiu o apoio de 59 legisladores nesta semana, restando apenas um dos 60 votos necessários para ser aprovado no Senado, informou na sexta-feira o jornal “Politico”.

Apesar de a Casa Branca ter ameaçado vetar a lei, os senadores poderiam contornar o veto se conseguirem aprovar o projeto com 67 votos favoráveis, um objetivo que não está muito longe.

Também não parece improvável que a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, aprove sua própria versão do texto.

O plano de sanções afetaria vários setores industriais iranianos e impediria o acesso ao sistema financeiro americano das companhias que ajudam Teerã na exportação de petróleo.

No entanto, só entraria em vigor se o governo iraniano violasse o acordo preliminar alcançado em novembro com o 5+1 (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China e Alemanha) ou se os seis meses estabelecidos para as negociações transcorrerem sem um pacto definitivo sobre o programa nuclear do país asiático.

A Casa Branca teme que a aprovação do projeto de lei ponha em perigo a negociação, que na quinta-feira registrou um avanço com a solução, em Genebra, dos desacordos pendentes para poder colocar em prática o pacto preliminar alcançado em novembro.

“Seguimos em contato com os membros do Congresso, e deixamos muito claro que nos opomos categoricamente a essa legislação”, disse na última quinta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

O governo Obama argumenta que, caso o Irã quebre seu compromisso com o 5+1, “o Congresso teria capacidade de agir muito rapidamente para impor novas sanções”, explicou Carney.

Os EUA e a União Europeia (UE) acusam Teerã de tentar desenvolver armas atômicas, o que levou a imposição de duras sanções internacionais contra a República Islâmica, que nega as acusações e reivindica seu direito de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos. EFE

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