Chanceler venezuelano acusa imprensa de impor “guerra psicológica”

  • Por Agencia EFE
  • 03/03/2014 15h03

Genebra, 3 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, acusou nesta segunda-feira a imprensa nacional e internacional de realizar uma “guerra psicológica” contra seu país, na qual o objetivo é a derrocada do governo do presidente Nicolás Maduro.

“As ações de propaganda e agitação midiática de algumas corporações nacionais e transnacionais privadas pretendem ilustrar que em nosso país há um caos generalizado, repressão indiscriminada e desproporcional das autoridades em direção ao povo”, disse Jaua durante seu discurso na sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Segundo o chanceler venezuelano, essa “guerra psicológica” é de “natureza política ideológica” e pretende “justificar a intervenção estrangeira nos assuntos internos do país (…) para promover penas e sanções injustas”.

Os protestos do último mês contra o governo de Nicolás Maduro deixaram um saldo de quase 20 mortos, centenas de feridos e 700 detidos, dos quais 73 ainda seguem retidos, segundo especificou o chanceler.

Jaua considera que a Venezuela foi submetida no último mês “a um assédio continuo” que alcançou “situar ao país como um Estado violador dos direitos humanos”.

O chanceler negou que esta imagem represente a realidade e pôs como exemplo a Conferência Nacional pela Paz, “que foi amparada com beneplácito” por amplos setores da sociedade civil, esclareceu.

Além de condenar a cobertura da imprensa, Jaua citou os resultados da pesquisa Nacional de Juventude, que aponta que 60% dos jovens de 15 a 29 anos considera o socialismo como melhor sistema, frente a 21% que opta pelo capitalismo.

“Como vemos, não é certo que a maioria dos jovens esteja contra o modelo democrático socialista em nosso país”, assegurou Jaua, que completou: “Temos certeza que os valores da paz serão impostos sobre os estigmas da violência. A verdade prevalecerá sobre a mentira. A fraternidade sobre o ódio”, finalizou o ministro.

Ainda hoje Jaua deve se reunir com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que hoje pediu às autoridades venezuelanas “escutarem” as legítimas reivindicações dos que se manifestam nas ruas da Venezuela. EFE

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