Chavismo pede que Ministério Público investigue outra opositora por protestos

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2014 22h03

Caracas, 18 mar (EFE).- A maioria chavista do Parlamento venezuelano aprovou nesta terça-feira e apresentou perante o Ministério Público uma série de documentos para que investigue a deputada opositora María Corina Machado a fim de retirar sua imunidade parlamentar e julgá-la pelos atos violentos do último mês.

“Deputados de acordo em suspender esta sessão e ir imediatamente à Procuradoria a consignar esta solicitação de investigação”, disse o presidente do Parlamento, o governista Diosdado Cabello, antes de aprovar a moção.

“Que pague perante a Justiça venezuelana pelos crimes cometidos neste país desde 12 de fevereiro”, acrescentou Cabello antes de encerrar a sessão, no mesmo dia em que se completava um mês da detenção do também opositor Leopoldo López, responsabilizado pelos mesmos incidentes.

A emenda foi proposta na sessão da Assembleia Nacional da Venezuela pela deputada chavista Tania Díaz, que pediu a investigação após exibir vídeos e gravações de conversas de Machado nos quais supostamente se observa que a opositora está envolvida em planos de golpes de Estado.

Cabello também declarou que Machado é “cúmplice e incitadora dos assassinatos” registrados desde o dia 12 de fevereiro, quando se iniciou uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro.

Machado, Leopoldo López e o prefeito metropolitano de Caracas, o também opositor Antonio Ledezma, convocaram os venezuelanos em 12 de fevereiro para pedir “a saída” do governo de forma pacífica e por via constitucional em uma passeata que aconteceu nesse dia.

Essa marcha, que coincidiu com outra de estudantes, se desenvolveu de forma pacífica, mas terminou em incidentes de violência contra organismos e bens públicos, e deixou três mortos, casos pelos quais estão detidos seis agentes de inteligência.

Após essa jornada se desencadearam os protestos contra as políticas de Maduro em todo o país, que desde então testemunha manifestações diariamente, com um saldo de 29 mortos, centenas de feridos e mais de mil de detidos. EFE

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