Alemães estão cada vez mais convictos das vantagens de ter cães no trabalho

  • Por Agencia EFE
  • 26/10/2014 07h17

Elena Garuz.

Berlim, 26 out (EFE).- Cada vez mais profissionais alemães se mostram favoráveis à presença de cães nos locais de trabalho para reduzir o estresse em vista dos benefícios que apresentam.

Essa é a principal conclusão do primeiro estudo representativo sobre o tema, “Cachorros no trabalho”, realizado pelo site de pesquisa de opinião Statista, destacou em declarações à Agência Efe, o presidente da associação “Berlin Dogtrainer”, Markus Beyer.

Segundo a pesquisa, encomendada pela rede social para profissionais Xing, 53% dos empregadores não rejeitam explicitamente a presença de um animal doméstico no escritório, enquanto 28% deles consideram que os animais de estimação deveriam ser permitidos no local de trabalho.

Mais de um terço dos 1.004 entrevistados consideram que os chefes ganham pontos ao permitir a presença de cachorros no escritório. Já 40% dos profissionais estão convencidos de que ter o animal no local de trabalho reduz o estresse e tem efeitos relaxantes.

Beyer explica que ter um cachorro no escritório, algo que já é permitido em diversas empresas alemãs, não tem apenas efeitos benéficos para o dono do cão, mas também para os demais colegas de trabalho e contribui para gerar um clima de “bom humor”.

“Quanto maior o estresse contínuo, maior a possibilidade de contrair a Síndrome de Burnout. Um cachorro, neste caso, realmente pode ser de grande ajuda”, garante esse treinador profissional de cães sobre a Síndrome de Desgaste Profissional (SDP), como também é conhecida.

Segundo Beyer, “as pessoas liberam oxitocina – conhecido também como hormônio do amor – quando estão em contato com um cachorro, e vice-versa”. Estudos científicos internacionais mostraram que um cachorro no trabalho contribui significativamente na redução dos níveis de estresse entre os empregados ao favorecer a liberação da oxitocina, que reduz a excessiva produção dos hormônios do estresse, cortisol e insulina.

“Quando alguém na rua faz carinho no meu cachorro, Chester, brinco que acaba de tomar a sua dose diária de oxitocina”, afirmou ao falar de seu animal, que ostenta o cargo de “encarregado de assuntos caninos” na sua associação.

A Federação Protetora dos Animais Alemã também está convencida de que, em certas circunstâncias, um animal pode ser benéfico em um escritório. Para mostrá-lo, a organização criou o “Dia do colega cão”, quando as empresas participantes da iniciativa, realizada anualmente, permitem que seus funcionários levem seus animais de estimação ao trabalho.

Na edição deste ano, que aconteceu em 26 de junho, mais de mil empresas de todos os setores, de escritórios de advocacia a livrarias, passando por concessionárias de veículos, agências de viagens e asilos, abriram suas portas para que o melhor amigo do homem entrasse.

Em 8,9% dos lares alemães há pelo menos um cachorro, e em todo o país vivem 5,4 milhões de cães, segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Sinus Sociovision Heidelberg, citado pela Associação Alemã de Estudos dos Cachorros (VHD) em seu relatório de 2012.

Segundo um estudo feito pela Universidade de Gotinga em 2006 citado também no anuário do VHD, o trato com os cachorros gera anualmente um volume de negócio de 5 bilhões de euros, o equivalente a 0,22% do PIB do país. EFE

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