UE supera diferenças e fecha acordo ambicioso para reduzir emissão de CO2

  • Por Agencia EFE
  • 24/10/2014 00h58

Bruxelas, 24 out (EFE).- Os chefes de Estado e do governo da União Europeia (UE) superaram nesta sexta-feira as diferenças iniciais e fixaram um novo marco climático e energético para o período 2020-2030, que inclui três objetivos relacionados a emissões, energias renováveis e eficiência energética, e uma meta voluntária de interconexões.

A tradicional oposição da Polônia complicou o acordo sobre os objetivos de cortes na emissão de gases do efeito estufa, mas finalmente aceitou uma diminuição de 40% em comparação com os níveis de 1990 em troca de financiamento europeu para se modernizar e de estender a distribuição de créditos gratuitos de emissão além de 2020.

Os países da UE também definiram que as energias renováveis devem representar “pelo menos” 27% da energia utilizada na União em 2030, uma meta que acabará sendo cumprimento obrigatório, apesar da resistência apresentada principalmente pelo Reino Unido.

O cumprimento do objetivo será avaliado a partir de uma média em nível europeu, de modo que alguns países poderão compensar outros, em vez da imposição de metas nacionais como é feito até o momento.

Os líderes pactuaram, por outro lado, estabelecer uma meta “indicativa” de 27% de economia de energia comparado com 2007, que será revisada em 2020 com expectativa de ampliá-lo até 30%, de novo com a resistência do Reino Unido, que considerava que este deveria ter sido descartado, segundo fontes europeias.

Em matéria de interconexões elétricas, uma questão que preocupava principalmente Espanha e Portugal, que são uma “ilha energética”, a UE disse pretender que em 2030 os Estados-membros possam exportar para seus vizinhos 15% da energia que produzem, com o mesmo caráter voluntário que tem a meta para 2020, de 10%.

“Por trás dos objetivos indicativos, há projetos concretos que definiremos”, assinalou ao término do encontro o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que destacou que a Comissão Europeia (CE) terá agora que supervisionar o avanço dos projetos e informar o Conselho regularmente.

O presidente da CE, José Manuel Barroso, que da mesma forma que Van Rompuy participa de seu último Conselho Europeu antes da posse dos novos presidentes nas duas instituições que dirigem, ressaltou que “a aprovação deste objetivo tão ambicioso foi unanimidade”.

Organizações ambientais como Greenpeace, Oxfam e Friends of the Earth Europe afirmaram que as metas fixadas pela UE são “muito baixas”, “insuficientes” e “estão muito abaixo do necessário e do que a Europa poderia fazer para combater a mudança climática”.

Esta proposta de pacote climático para 2030 contrasta com o mais ambicioso que a UE adotou para 2020, que incluía duas metas obrigatórias de 20% para corte de CO2 e renováveis e outro voluntário, também de 20%, para redução do consumo energético. EFE

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