Cientista política Lourdes Sola analisa campanha de 2014, classificada como sórdida

  • Por Jovem Pan
  • 26/10/2014 15h51

A socióloga e cientista política professora Lourdes Sola falou sobre a campanha destas eleições, classificadas por muitos como “sórdida”. Para ela, a principal diferença entre essas eleições e as passadas é o nível de concorrência entre os candidatos. “E também o fato de que o país está atravessado por uma expectativa, está aparentemente polarizado”, explicou ela. As acusações pessoais foram muito presentes entre os candidatos, mas a estudiosa acredita que o que faltou foi discutir as questões básicas, como o crescimento da inflação e os aspectos ecnômicos.

“Outra coisa inédita nesta campanha é que a mídia está se mostrando competitiva na questão da divulgação. E as passeatas romperam com a tradição de mobilização popular. A mobilização de 2013 quebrou o tabu”, disse ela. Esses elementos presentes em 2014 trazem expectativas que fazem com que o eleitor fique mais atento ao desenrolar das informações.

Ela acredita que a vontade de participação do eleitorado aumentou neste ano, principalmente entre os jovens. “Um risco que isso pode trazer mais tarde é que quem quer que ganhe vai ter que administrar um país que não está bem do ponto de vista econômico, serviços públicos e que perde espaço na reputação entre os países emergentes”, argumenta. Outro importante risco para a cientista política é com o derenrolar das investigações que levaram às delações premiadas. “Digamos que isso leve um par de anos, isso terá que ser administrado. Não sei o que virá, não sei o resultado, mas será uma batata quente na mão de quem quer que ganhe”, defendeu.

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