Ainda sem aulas, escola de adolescentes vítimas do acidente aéreo reabre

Berlim, 25 mar (EFE).- A escola de ensino médio Joseph König na cidade alemã de Haltern am See, que perdeu 16 de seus alunos e dois professores no acidente aéreo de ontem nos Alpes franceses, voltou a funcionar nesta quarta-feira, não para os estudantes terem aula, mas sim para que todos possam assimilar a tragédia juntos.

“Não haverá aulas, embora os grupos se reúnam conforme a estrutura habitual. O apoio psicológico é muito importante”, disse a ministra da Educação do estado federado da Renânia do Norte-Vestfália, Sylvia Löhrmann, em entrevista coletiva realizada no colégio.

Ela anunciou que todas as escolas da região farão amanhã um minuto de silêncio às 10h53 (horário local), momento no qual aconteceu o acidente, e cada unidade escolar escolherá a melhor maneira de abordar à tragédia com seus alunos.

“É uma grande tristeza que o colégio deve processar. Receber orientação faz parte deste processo de luto. Não há força neste mundo que possa apagar esta dor. O único que podemos fazer é compartilhá-la”, acrescentou a ministra.

O diretor da escola, Ulrich Wessel, disse estar consternado e afirmou que a tragédia o deixa sem palavras.

“Em nosso colégio nada vai a ser como antes”, lamentou Wessel, que contou que explicou aos alunos que eles devem “aprender a aceitar o ocorrido e assumir a dor”.

O diretor ressaltou que também é grande a comoção no Instituto de Llinars del Vallès, em Barcelona, onde os 16 alunos alemães, acompanhados dos professores, tinham participado de um programa de intercâmbio e voltavam para casa no voo da Germanwings.

O prefeito de Haltern am See, Bodo Klimpel, disse que ainda não teve oportunidade de falar com o prefeito de Llinars del Vallès, já que “o dia de ontem serviu para organizar o de hoje”, e hoje será dedicado a ver o que será feito amanhã.

“24 de março de 2015 é um dia que nunca esqueceremos e evidentemente haverá um ato conjunto com a cidade espanhola”, declarou.

O prefeito disse estar “muito impressionado” com o trabalho que os docentes do Joseph König estão fazendo, e acrescentou que a cidade “continua abalada” e “quase não pode assumir o ocorrido”.

“Estamos tentando aguentar o dia e oferecer nosso consolo”, acrescentou.

Vários jornalistas estão próximos ao colégio, que ontem cancelou todas as aulas ao saber da notícia do acidente e que hoje, com velas acesas na entrada, voltou a abrir as portas.

“Ontem éramos muitos. Hoje estamos sós” é um das mensagens colocadas no pátio do colégio. EFE