Cerca de 2,8 milhões de crianças sírias não podem ir à escola, segundo ONG

  • Por Agencia EFE
  • 18/09/2014 15h15

Beirute, 18 set (EFE).- Cerca de 2,8 milhões de crianças sírias não podem ir ao colégio pelo conflito em seu país, que se transformou no segundo do mundo com a pior taxa de escolarização, denunciou nesta quinta-feira a ONG Save the Children.

Em seu relatório “Futuro sob ameaça: o impacto da crise da Síria na educação das crianças”, o grupo destaca que por causa da disputa cada vez mais escolas fecham no território sírio e cerca de 3.465 foram destruídas ou danificadas.

Antes do conflito, a taxa de escolarização era quase de 100% e era destinado quase 5% do PIB à educação.

O diretor de Programas Internacionais da ONG, David del Campo, afirmou que “é vergonhoso que a obrigação de proteger as escolas não esteja sendo respeitada neste conflito, pondo em perigo as vidas de crianças e de professores e obrigando milhões de crianças a ficar fora do sistema educacional”.

A violência também está afetando a capacidade de aprender dos menores pelo aumento dos traumas e do estresse psicológico.

Segundo a “Save the Children”, metade das crianças entrevistas no norte da Síria “raramente” ou “nunca” são capazes de se concentrar nas aulas.

Além disso, um terço deles são incapazes de obedecer as instruções dos adultos e quase metade não pode se concentrar em seus deveres. Quase um de cada três menores se sente indefeso, 39% têm pesadelos frequentes e 42% se sentem tristes frequentemente.

A ONG ressalta que os professores identificam mais da metade das crianças como “assustadas” e 40%, como frequentemente infelizes.

Mas não só sofrem as crianças que estão dentro da Síria, mas também os que se refugiaram em outros países, já que um de cada dez trabalha para manter a suas famílias.

Os menores refugiados também são vítimas de assédio nas escolas locais por sua procedência ou pela sobrecarga que supõem para os recursos dos colégios, diz a nota.

“As crianças contam que são insultadas e ridiculizadas por alguns professores nos países de amparo, que dizem que eles estão arruinado seu país ou pede que voltem à Síria”, explicou Do Campo.

“Outros recebem castigos físicos na escola -acrescentou-. Somente no Egito, 30% das crianças que foram entrevistadas nos contaram que foram agredidas por alguns professores e 70% que tinham sido vítimas de abusos verbais”. EFE

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