ONU diz que mais de 10 mil escolas foram atacadas nos últimos cinco anos

  • Por Agencia EFE
  • 18/03/2015 16h51

Nações Unidas, 18 mar (EFE).- Ao todo, mais de 10 mil escolas no mundo todo foram atacadas por grupos armados nos últimos cinco anos, em níveis nunca vistos em 40 anos, denunciou nesta quarta-feira o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação Global, Gordon Brown.

“É hora de a comunidade internacional acordar para toda esta violação dos direitos das crianças”, afirmou Brown, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, em entrevista coletiva dada na sede das Nações Unidas.

Ele citou ataques dos últimos meses a escolas de Sudão do Sul, Paquistão e Nigéria, assim como os dois milhões de meninos e meninas sírios que estão fora de sala de aula tanto no país quanto fora dele por conta da guerra civil que começou em 2011.

“Os ataques terroristas contra as escolas estão nos maiores níveis em 40 anos”, denunciou Brown.

Segundo ele, no mundo todo há cerca de 28 milhões de crianças que não podem estudar porque seus países atravessam conflitos armados ou emergências naturais.

“É hora de acabar com esta vergonhosa violação das leis internacionais. Esse é o ano de acabar com a violência contra os direitos das crianças”, insistiu.

O enviado especial também denunciou o “crescente” costume de sequestrar alunos e “utilizá-los como armas para a guerra”.

Em sua entrevista coletiva, o enviado especial da ONU, que nos últimos anos visitou os países com maiores carências de escolarização, propôs diversas ações a fim de superar este drama. De acordo com ele, é necessário que a comunidade internacional chegue a um acordo para reforçar os fundos globais destinados à educação em zonas de conflitos ou de emergências.

Ele citou a necessidade de estender a vários países as experiências já feitas na Nigéria e no Paquistão, em parceria com autoridades e empresas privadas, para reforçar a segurança nos centros educacionais. No caso da Síria, pediu US$ 163 milhões para permitir que milhares de crianças sírias possam receber educação no Líbano em escolas de lá que terão um dois turnos.

“Com pouco dinheiro, podemos mudar a vida de meio milhão de crianças e adolescentes sírios refugiados no Líbano”, afirmou.

Segundo dados da ONU, o conflito da Síria já deixou 220 mil mortos, provocou 4 milhões de refugiados em países vizinhos e gerou 7,6 milhões de deslocados internos. EFE

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