Congresso cria comissão para investigar a JBS e foca em empréstimos do BNDES

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 30/05/2017 21h31
BRA111. LAPA (BRASIL), 21/03/2017 - Vista general de la compañía del grupo cárnico JBS Seara en la ciudad de Lapa, estado de Paraná, Brasil, la cual fue inspeccionada por el ministerio de Agricultura de Brasil, Blairo Maggi, hoy martes 21 de marzo de 2017. Según la policía, varias de las principales cárnicas del país, entre ellas JBS y BRF, con la complicidad de fiscales sanitarios corruptos, "maquillaron" con productos químicos carnes que estaban en mal estado y no cumplían con los requisitos para la exportación.EFE/Joédson Alves Joédson Alves/EFE JBS - EFE

O presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB-CE), leu, na noite desta terça-feira, 30, no início da sessão do Congresso Nacional, o ato de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o frigorífico JBS. 

A partir de agora, líderes partidários na Câmara e no Senado terão de indicar os membros do colegiado, que deverá ser composto por 16 senadores e 16 deputados efetivos e igual número de suplentes. A expectativa é de que a CPMI comece a funcionar já na próxima semana.

Como é praxe, os dois principais autores do pedido de instalação da CPMI, o deputado Alexandre Baldy (Podemos-GO) e o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), devem comandar o colegiado. Segundo Baldy, o acordo é para que ele seja o relator principal da comissão e o senador tucano, o presidente. 

Os focos da CPI serão fiscalizar os contratos de empréstimos do BNDES às empresas do grupo J&F, holding que controla a JBS, o acordo de delação premiada dos donos e executivos da JBS, as operações no mercado de dólar e na Bolsa de Valores dos donos da empresa dias antes da delação ser divulgada e possíveis irregularidades fiscais e previdenciárias dessas empresas.

Hoje, a JBS já é investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula e fiscaliza o mercado financeiro, por ter supostamente lucrado com a compra de dólar no mercado futuro, em valor equivalente a R$ 1 bilhão, horas antes da divulgação das primeiras notícias sobre a delação da JBS.

Oliveira e Baldy afirmam que um dos primeiros atos do colegiado deve ser a convocação dos atuais e ex-executivos e acionistas de empresas do grupo J&F, os irmãos Joesley e Wesley Batista, bem como executivos, ex-executivos do BNDES, inclusive o novo presidente do banco de fomento, Paulo Rabello de Castro. 

Rabello de Castro, que presidia o IBGE, foi escolhido na última sexta-feira, 26, e assumiu o comando da instituição no lugar de Maria Silvia Bastos, que pediu demissão. Ao serem convocadas para depor na CPI, essas pessoas são obrigadas a comparecer. Quando são apenas convidadas, o comparecimento é facultativo.

A CPMI faz parte do pacote de retaliação articulado no Congresso contra a JBS, que envolve também fiscalização da companhia por outras comissões temáticas do Legislativo e uma proposta que obriga delatores a devolverem o dinheiro que lucraram no mercado com ajuda de informações privilegiadas de suas delações.

O STF decide nesta semana se mantém ou anula as delações da JBS. Confira abaixo o comentário de Villa sobre o assunto.

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