Ajuste exige esforço de todo mundo, diz Levy

  • Por Thiago Navarro/Jovem Pan
  • 30/03/2015 16h52
Thiago Navarro/ Jovem Pan Joaquim Levy discursou a empresários do grupo Lide nesta segunda-feira

Joaquim Levy disse nessa segunda-feira (30) que o ajuste fiscal “exige um esforço de todo mundo”.

“Procuramos espalhar os esforços, para que nenhum grupo carregue sozinho”, afirmou o ministro da Fazenda, citando depois “o trabalhador, o empresário, o Congresso e o Executivo”.

Levy citou a necessidade de conciliar o ajuste a benefícios sociais concedidos pelo governo. “Esse equilíbrio é o que toda economia desenvolvida teve”.

Em evento de empresários do grupo Lide em São Paulo, o ministro disse que o governo não pode mais continuar na mesma levada de renúncia fiscal e reduções de impostos dos anos anteriores. “O governo está fazendo um esforço muito grande para pôr os gastos numa trajetória de sustentabilidade”.

Entre as dificuldades citadas pelo ministro no cenário atual da economia brasileira está a mudança no preço das commodities. Em determinado período passado, a China, grande compradora de produtos brasileiros, investiu pesado, ao contrário do restante do mundo, fazendo o preço de nossas commodities subir.

Levy ressaltou ainda a importância da popupança doméstica, citando dados da balança de pagamento do governo dos últimos anos. Ele citou que o País poupou de 2003 a 2007, mas depois começou a “despoupar”. “Sem poupança doméstica a gente não vai crescer”, disse.

Garantiu ainda, apesar do pessimismo do ramo industrial, que “vamos ver uma retomada da produção industrial”, qualificando o ajuste como “medidas que vão dar os sinais corretos para as empresas investirem”.

Levy apresentou slides em um power point argumentando por que o ajuste seria necessário, quais as consequências, perspectivas e riscos. Na parte final da apresentação, quando explanava sobre o tamanho do ajuste, reconheceu novamente a necessidade do esforço de toda a sociedade. “A gente vai ter que fazer um esforço, sem dúvida nenhuma a gente vai ter que fazer esforço”, enfatizou.

Assim, o ministro acredita que será possível encontrar o “equilíbrio fiscal de longo prazo” e a convergência da inflação para a meta. Atualmente, as previsões do mercado muito acima do teto da meta (de 6,5%). Relatório Focus recente apontou para alta de 8,13% em 2015.

Para Levy, a agenda do governo “vai nos levar a uma classe média muito mais forte”.

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