Cotação do dólar super marca de 500 bolívares no mercado negro venezuelano

  • Por Agencia EFE
  • 03/07/2015 21h44

Caracas, 3 jul (EFE).- O preço do dólar no mercado negro venezuelano superou os 500 bolívares nesta sexta-feira, quase 80 vezes mais caro que a taxa oficial mais baixa das três que coexistem no sistema de câmbio aplicado na Venezuela.

O dado foi extraído do site Dólar Today, que apresentou esta taxa ilegal após calcular as operações de câmbio efetuadas na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela, que registrou às 20h10 (horário de Brasília) de hoje a cotação de 501 bolívares para US$ 1.

O site iniciou o dia com 489 bolívares por dólar.

Esta página, bloqueada pelo governo há meses, recebeu várias críticas e ataques do governo do presidente Nicolás Maduro, que afirmou que é a partir dela que se faz “a guerra econômica contra meu governo desde Miami”.

Este número é quase 80 vezes superior à taxa mais baixa do câmbio venezuelano, de 6,3 bolívares por dólar, aplicada nas importações de produtos alimentares e sanitários; 41 vezes acima da segunda, de 12 bolívares; e supera em 300 bolívares a taxa de compra e venda livre do Sistema Marginal de Divisas (Simadi), que hoje fechou em 198,37 bolívares para cada dólar.

O controle cambial existe na Venezuela desde 2003, e mantém sob controle do Estado a compra e a venda exclusiva de dólares, mecanismo que no início de fevereiro foi modificado, o que permitiu aos venezuelanos pela primeira vez em mais de uma década comprar a moeda americana de forma livre, mesmo que limitada.

A criação do Simadi foi o elemento de mais destaque na reformulação do sistema cambial do país.

Este mecanismo, em seu primeiro dia de funcionamento fechou em 170,03 bolívares por dólar e desde então, com exceção de poucos dias, não deixou de subir até quase os 200 bolívares, mas sem superar nunca esta barreira.

A economia venezuelana fechou 2014 em recessão e com inflação de quase 70%, realidade a qual é preciso se somar a queda dos preços do petróleo, que reduziu pela metade a receita de um país altamente dependente da venda de petróleo. EFE

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