Desemprego na Grande SP em 2016 tem maior nível desde 2005, dizem Seade e Dieese

  • Por Estadão Conteúdo
  • 27/01/2017 11h36
Marcos Santos/USP Imagens carteira de trabalho

A taxa de desemprego total na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) atingiu 16,8% na média de 2016, o maior nível desde 2005 (16,9%), segundo dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta sexta-feira (27), pela Fundação Seade e pelo Dieese. Em dezembro, a taxa ficou em 16,2%, abaixo dos 16,8% em novembro, mas bem acima dos 13,9% em dezembro de 2015.

No ano passado, a taxa de desemprego aberto ficou em 14,0% (ante 10,9% em 2015). Já o chamado desemprego oculto atingiu 2,8% (de 2,3% um ano antes). Desemprego aberto é quando a pessoa procurou trabalho de maneira efetiva nos últimos 30 dias. Já o oculto pode ser por trabalho precário, quando não há perspectiva de continuidade e previsibilidade, ou por desalento, quando a pessoa deixou de procurar trabalho em função das circunstâncias ruins do mercado. Nessa categoria, o desemprego oculto pelo trabalho precário variou de 1,7% em 2015 para 2,3% em 2016, e o desemprego oculto pelo desalento passou de 0,5% para 0,6%, respectivamente.

O contingente de desempregados ficou em 1,865 milhão de pessoas em 2016, ante 1,463 milhão no ano anterior. Já o número de ocupados recuou 4,0%, para 9,237 milhões. “A eliminação de 384 mil postos de trabalho, associada à relativa estabilidade da população economicamente ativa (PEA) da região (18 mil pessoas se integraram à força de trabalho, ou 0,2%), resultou no acréscimo do contingente de desempregados em 402 mil pessoas”, explica a pesquisa.

Do total de 9,237 milhões de ocupados, 6,484 milhões são assalariados, sendo 5,736 milhões no setor privado e 739 mil no setor público. Outros 1,496 milhão são autônomos; 277 mil empregadores; 619 mil empregados domésticos; e 361 ocupados em demais posições, que incluem donos de negócio familiar, trabalhadores familiares sem remuneração, profissionais liberais e outras posições ocupacionais.

Setores

Na divisão por setores, a maior queda no número de ocupados ocorreu na indústria de transformação, com baixa de 10,6%, passando a empregar 1,376 milhão de pessoas ao fim do ano passado. Na Construção houve redução de 9,4%, para 619 mil empregados. No Comércio e Reparação de Veículos Automotores, a baixa foi de 5,1%, para 1,626 milhão de empregados. E em Serviços houve retração de 1,5%, para 5,496 milhões de ocupados

Rendimentos

Em 2016, o rendimento médio real dos ocupados caiu 4,9%, para R$ 2.003. A massa de rendimentos reais encolheu 8,7%, prejudica pela queda no número absoluto de ocupados e pela redução nos rendimentos reais.

“A distribuição dos rendimentos do trabalho, ainda muito concentrada, manteve a

leve tendência de desconcentração verificada desde 2005. Em 2016, os 50% dos ocupados com menor renda apropriaram-se de 24,8% da massa de rendimentos do trabalho, porcentual pouco superior ao registrado em 2015 (24,1%), enquanto reduziu-se a parcela apropriada pelos 10% mais ricos (de 33,9% em 2015 para 33,5% em 2016)”, diz a pesquisa.

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