Dilma sanciona orçamento sem vetar aumento de fundo partidário

  • Por Agencia EFE
  • 22/04/2015 14h51

Brasília, 22 abr (EFE).- A presidente Dilma Rousseff sancionou o orçamento do Estado para 2015 e não vetou o aumento dos recursos do fundo partidário, ponto que provocou polêmica nos últimos dias, depois de ser aprovado pela Câmara dos Deputados e criticado pelo Senado.

Os detalhes do orçamento, sancionado por Dilma noite na segunda-feira e publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial, incluem um acórdão da Câmara dos Deputados que triplica a contribuição do Estado para o funcionamento dos partidos políticos, que o texto definiu para este ano em R$ 867,5 milhões.

Alguns partidos políticos pediram publicamente à Dilma que vetasse o aumento, pois consideraram que vai na direção oposta a do ajuste fiscal que o governo estabeleceu para equilibrar as contas públicas.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB, disse hoje em entrevista coletiva que Dilma “escolheu o pior, pois deveria ter vetado esse aumento, como muitos setores exigiram”.

O aumento do dinheiro público dado a cada ano aos partidos políticos foi aprovado pela Câmara dos Deputados no momento em que os partidos sofrem uma aguda perda de credibilidade, principalmente pelo envolvimento nos recentes escândalos de corrupção.

Segundo uma pesquisa divulgada há um mês pela Associação de Magistrados do Brasil, 72% dos brasileiros não confiam nos partidos, que se transformaram em uma das instituições com menos credibilidade no país.

O dinheiro do orçamento é distribuído de acordo com o nível de representatividade que cada partido tem no parlamento.

De acordo com cálculos da Consultoria de Orçamentos da Câmara dos Deputados, o partido que mais receberá este ano será o PT.

Na semana passada, o até então tesoureiro do PT João Vaccari renunciou ao seu cargo após ser detido pela Polícia Federal.

Vaccari é acusado de intermediar para que empresas que obtinham contratos com Petrobras desviassem parte do dinheiro que pago pela estatal ao PT. As autoridades agora investigam se o partido se valeu dessas manobras para financiar campanhas eleitorais. EFE

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