Dívida pública federal cai 1,91% em janeiro em R$ 3,053 trilhões, diz Tesouro

  • Por Estadão Conteúdo
  • 20/02/2017 11h43
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas dinheiro - Fotos Públicas

O estoque da dívida pública federal (DPF) caiu 1,91% em janeiro, quando atingiu R$ 3,053 trilhões. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (20), pelo Tesouro Nacional. Em dezembro, o estoque estava em R$ 3,112 trilhões.

A queda é resultado de um resgate líquido de R$ 83,96 bilhões. Houve ainda correção de juros no estoque da DPF de R$ 24,54 bilhões em janeiro. 

A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) caiu 1,6% e fechou o mês em R$ 2,938 trilhões.

Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) ficou 9,27% menor, somando R$ 114,8 bilhões (US$ 36,71 bilhões) no primeiro mês do ano 

Estrangeiros

Os estrangeiros diminuíram a aquisição de títulos do Tesouro Nacional em janeiro. A participação dos investidores não-residentes no Brasil no estoque da DPMFi caiu de 14,33% em dezembro do ano passado para 14,22% em janeiro de 2017, somando R$ 417,82 bilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. Em dezembro, o estoque nas mãos de estrangeiros estava em R$ 427,83 bilhões.

A parcela das instituições financeiras no estoque da DPMFi teve queda de 23,06% em dezembro para 21,30% em janeiro. No mesmo período, os fundos de investimentos aumentaram a fatia de 22,09% para 23,23%. Já as seguradoras tiveram leve crescimento na participação de 4,57% para 4,59% na mesma base de comparação. 

Prefixados

A parcela de títulos prefixados na DPF caiu de 35,73% em dezembro do ano passado para 33,37% em janeiro de 2017, informou o Tesouro Nacional. Os papéis atrelados à Selic, por sua vez, aumentaram a fatia de 28,24% para 29,66% na mesma base de comparação.

No mês passado, o Tesouro anunciou as novas metas do Plano Anual de Financiamento (PAF), incorporando uma estratégia de emitir mais LFTs – título pós-fixado com rentabilidade atrelada à variação da taxa Selic – devido à disposição do órgão em assumir “um pouco mais de risco”, tendo como contrapartida a redução do custo. A mudança também incluiu as metas de longo prazo, com alta de 15% para 20% no porcentual de LFTs a ser perseguido para que seja alcançado o chamado “perfil ótimo”.

A mudança ocorre num momento de flexibilização da política monetária com aceleração do ritmo de queda da Selic pelo Banco Central e busca da consolidação do ajuste fiscal. O aumento da parcela dos títulos atrelados à taxa flutuante também considerou a avaliação do Tesouro que a venda desses títulos, com prazos maiores de vencimento, é melhor do ponto de vista de custo e risco da dívida do que os prefixados de curto prazo.

12 meses a vencer

A parcela da DPF a vencer em 12 meses caiu de 16,8% em dezembro para 15,44% em janeiro, segundo o Tesouro Nacional. 

O prazo médio da dívida subiu de 4,54 anos em dezembro para 4,68 anos em janeiro. O custo médio acumulado em 12 meses da DPF passou de 12,02% ao ano em dezembro para 11,53% ao ano em janeiro. 

Índice de Preços

Em janeiro, os títulos remunerados pela inflação subiram para 33,08% do estoque da DPF, ante 31,83% em dezembro. Os papéis atrelados ao câmbio, por sua vez, reduziram a participação na DPF de 4,20% em dezembro para 3,89% em janeiro.

Um dos papéis (índice de preços) está levemente fora das novas metas do PAF, enquanto os demais estão de acordo com o intervalo traçado. O objetivo perseguido pelo Tesouro para os títulos prefixados em 2017 é manter a parcela de 32% a 36% da DPF, enquanto os papéis remunerados pela Selic devem ficar entre 29% e 33%. No caso dos que têm índices de preços como referência, a meta é de 29% a 33% e, no de câmbio, de 3% a 7%.

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