Alimentos mais caros pressionam inflação do IGP-10 e IPC-S em janeiro

  • Por Jovem Pan com Estadão Conteúdo
  • 16/01/2018 08h52 - Atualizado em 16/01/2018 08h59
Tânia Rêgo/Agência Brasil alimentos em caixas de frutas A elevação do grupo Alimentação foi a principal responsável pela aceleração do IPC-S. O grupo subiu de 0,60% para 0,93% no período, influenciado pelo item hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 3,25% para 10,18%.

Os alimentos ficaram mais caros no varejo, pressionando a inflação ao consumidor no Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de janeiro, informou na manhã desta terça-feira, 16, a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) teve elevação de 0,36% em janeiro, após um avanço de 0,29% em dezembro.

Cinco das oito classes de despesa registraram taxas de variação maiores, com destaque para o grupo Alimentação, que passou de uma queda de 0,16% em dezembro para aumento de 0,66% em janeiro, sob influência de itens como hortaliças e legumes, que saiu de -3,90% para 5,78% no período.

Os demais acréscimos ocorreram em Transportes (de 0,68% para 0,85%), Comunicação (de -0,22% para 0,20%), Despesas Diversas (de 0,13% para 0,19%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,36% para 0,41%). Houve impacto dos itens tarifa de ônibus urbano (de -1,53% para 0,59%), tarifa de telefone residencial (de -2,87% para 0,01%), alimentos para animais domésticos (de 0,14% para 2,50%) e protetores para a pele (de -2,95% para -1,10%), respectivamente.

Na direção oposta, as taxas foram menores nos grupos Habitação (de 0,38% para -0,23%), Vestuário (de 0,44% para -0,27%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,74% para 0,65%), com contribuição dos itens tarifa de eletricidade residencial (de 1,16% para -2,46%), roupas (de 0,38% para -0,50%) e passagem aérea (de 13,54% para -6,30%).

IPC-S

A elevação do grupo Alimentação também foi a principal responsável pela aceleração do IPC-S. O grupo subiu de 0,60% para 0,93% no período, influenciado pelo item hortaliças e legumes, cuja taxa passou de 3,25% para 10,18%.

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu de 0,31% na primeira quadrissemana de janeiro para 0,47% na segunda leitura do mês, informou nesta terça-feira, 16, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

Das oito classes de despesas analisadas, seis apresentaram acréscimo nas taxas: Alimentação (0,60% para 0,93%), Educação, Leitura e Recreação (0,47% para 1,04%), Habitação (-0,23% para -0,17%), Transportes (0,71% para 0,84%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,43% para 0,45%) e Comunicação (0,12% para 0,22%).

Em contrapartida, dois grupos registraram desaceleração no período: Vestuário (-0,10% para -0,27%) e Despesas Diversas (0,28% para 0,15%).

Dentre os outros grupos que apresentaram acréscimo nas taxas no período, os cursos formais (1,19% para 2,60%), pressionados pelos aumentos típicos de mensalidades no mês, foram a principal contribuição para o avanço de Educação, Leitura e Recreação, conforme a FGV. Já a deflação mais amena de tarifa de eletricidade residencial (-2,38% para -1,93%) foi o principal componente para a taxa maior em Habitação.

Além disso, tarifa de ônibus urbano (-0,52% para 0,33%) foi o destaque de alta de Transportes, enquanto protetores para a pele (-1,72% para -0,68%) elevaram o grupo Saúde e Cuidados Pessoais e tarifa de telefone residencial (-0,30% para 0,07%) influenciou o aumento de Comunicação.

Por outro lado, roupas (-0,14% para -0,63%) provocaram queda mais intensa em Vestuário e alimentos para animais domésticos (2,67% para 2,01%) aliviaram o segmento de Despesas Diversas.

Influências individuais

Individualmente, os itens que mais contribuíram para a elevação do IPC-S da primeira leitura de janeiro para a segunda medição do mês foram gasolina (1,72% para 2,10%), tomate (10,19% para 28,69%), plano e seguro de saúde (que manteve a taxa de 0,95%), curso de ensino fundamental (1,37% para 3,40%) e etanol (apesar da desaceleração de 2,67% para 2,55%).

Já os itens que mais influenciaram a baixa do indicador neste período foram tarifa de eletricidade residencial (mesmo com a deflação menor, de -2,38% para -1,93%), show musical (-0,82% para -3,21%), condomínio residencial (a despeito da taxa maior, de -0,64% para -0,59%), seguro obrigatório para veículo (0,00% para -25,07%) e carne moída (-2,67% para -3,16%).

Mais detalhes do IGP-10

O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) avançou 0,79% em janeiro, o que representa desaceleração em relação ao aumento de 0,90% registrado em dezembro de 2017.

No caso dos três indicadores que compõem o IGP-10 de janeiro, os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram alta de 1,06% no mês, ante uma elevação de 1,22% em dezembro. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram crescimento de 0,36%, após alta de 0,29% em dezembro. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve aumento de 0,08% em janeiro, depois de um avanço de 0,30% no mês anterior.

O IGP-10 acumulou um aumento de 0,79% no ano. A taxa em 12 meses ficou negativa em 0,51%. O período de coleta de preços para o indicador de janeiro foi do dia 11 de dezembro a 10 deste mês. O IGP-DI, que apurou preços do dia 1º a 31 do mês passado, subiu 0,74%.

IPAs

Os preços agropecuários medidos pelo IPA Agrícola subiram 0,74% no atacado em janeiro, após um aumento de 0,90% em dezembro, dentro do IGP-10, informou a FGV. Já os preços dos produtos industriais mensurados pelo IPA Industrial tiveram alta de 1,17% este mês, após o avanço de 1,33% no atacado em dezembro.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram aumento de 0,74% em janeiro, ante uma elevação de 0,52% em dezembro.

Os preços dos bens intermediários tiveram avanço de 0,68% em janeiro, após alta de 1,69% no mês anterior. Já os preços das matérias-primas brutas apresentaram elevação de 1,95%, depois do aumento de 1,56% em dezembro.

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