Inflação ainda não tem impacto de suposta melhora da demanda; avalia IBGE

  • Por Estadão Conteúdo
  • 10/11/2017 13h47
Fotos Públicas Entidades de defesa do consumidor se dizem preocupadas com as mudanças no cadastro positivo, mas o comércio comemora. Na semana passada, o texto-base do projeto que muda as regras foi aprovado pela Câmara. O cadastro positivo é um banco de dados que existe desde 2011 e relaciona os clientes que são considerados bons pagadores. Até então, o consumidor precisava pedir pra ter o nome incluído, mas agora, todos que estiverem com as contas em dia entram na lista automaticamente. Quem não quiser, terá que entrar em contato com as instituições financeiras e solicitar a exclusão. Segundo Paulo Miguel, diretor-executivo da Fundação Procon de São Paulo, não há garantias de que os dados do consumidor estarão protegidos. O deputado Walter Ioshi, que foi o relator do projeto na Câmara, rebate e garante que não haverá violações. A aprovação do novo cadastro positivo agradou as empresas de crédito e os varejistas. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, diz que é uma vitória do consumidor que mantém as contas em dia. Apesar da aprovação, os destaques do texto ainda serão apreciados pelo plenário da Câmara nesta semana. Depois, o texto segue para uma nova análise do Senado, de onde veio a matéria original. A taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses passou de 2,54% em setembro para 2,70% em outubro

A aceleração na taxa de inflação acumulada em 12 meses ainda não tem impacto de uma suposta melhora da demanda, mas sim da normalização do nível de preços, que estavam muito baixos no ano passado, devido à crise econômica, avaliou Fernando Gonçalves, gerente da Coordenação de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 12 meses passou de 2,54% em setembro para 2,70% em outubro. “No ano passado a crise estava muito forte. Os preços estão se realinhando, estão voltando ao normal”, afirmou Gonçalves.

Além disso, a contribuição positiva da safra agrícola recorde sobre os preços dos alimentos também está chegando ao fim. O pesquisador, entretanto, acha prematuro afirmar que a previsão de uma safra menor em 2018 possa voltar a pressionar os gastos das famílias com alimentação.

“Essa projeção (para a safra 2018) está menor do que a deste ano, mas foi um prognóstico maior do que dos anos anteriores. Isso agora depende do clima. É uma previsão até otimista, mas depende de como o clima vai se comportar. Pode não ser tão boa como a safra de 2017, mas pode ser uma safra boa”, afirmou.

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