Injeção de R$ 25 bi do BC na economia brasileira terá efeito modesto, diz economista

  • Por Jovem Pan
  • 20/08/2014 15h54

O Banco Central está injetando mais R$ 25 bilhões na economia como uma tentativa de fazer o setor reagir no Brasil. Em entrevista exclusiva à JOVEM PAN, o economista e ex-secretário de política econômica, José Roberto Mendonça de Barros, acha que o efeito dessa injeção será modesto.

“Na verdade, não é falta de dinheiro nos bancos que faz com que os empréstimos estejam evoluindo lentamente, é que os clientes estão mais cautelosos e demandando menos empréstimos. Não falta empréstimos pra automóvel, falta comprador para o automóvel, por isso que o efeito será modesto, na minha opinião”, disse o economista, que não considera que isso tenha um efeito na inflação.

Segundo Barros, a inflação neste mês ficará perto do teto da média, podendo ser um pouco a mais ou um pouco a menos.

“Depende da evolução desse mês. (…) Esses números favoráveis de julho e agosto tem muito a ver com o clima porque o inverno está sendo seco, que é ruim para a oferta de água, portanto permite a colheita, e quente. Com isso, toda a parte de hortigranjeiros apresentou forte queda no item alimentação. Especialmente a batata, que caiu mais de 20%, tomate, que está caindo mais do que 15%, a safra do feijão carioca de junho tá aí entrando, além disso tem uma queda nos preços internacionais de grãos, principalmente soja e milho, com isso, o óleo de soja, nesse IPCA que saiu hoje caiu no varejo 3%. Então tem uma ajuda do clima na agricultura”, contou.

Em compensação, no índice que saiu hoje, o setor elétrico é o que pesou e terá efeito ainda este ano. “Foi exatamente a energia elétrica que pesou bastante em termos de aumento. Aí é o contrário, né. Porque os aumentos autorizados para Curitiba de quase 24% e aqui em São Paulo de 18%, pressionaram o item de energia elétrica e, portanto, que entra naquela casa da habitação. Isso foi uma coisa que puxou pra cima”, explicou.

O economista falou ainda que outro setor que apresentou aumento foram as passagens aéreas. Segundo ele, é algo que às vezes sobe e outras, cai, e neste mês, aumentou. Confira no áudio acima a entrevista completa do economista José Roberto Mendonça de Barros.

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