Levy diz que Brasil enfrentará “possível turbulência” e defende ajuste fiscal

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2015 20h41

São Paulo, 29 set (EFE).- O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alertou nesta terça-feira que o Brasil enfrentará uma “possível turbulência” e reiterou a defesa ao ajuste fiscal proposto pelo governo federal para evitar os riscos que podem ser trazidos pelas “soluções fáceis” para resolver a atual situação econômica do país.

A “possível turbulência” pela esperada alta dos juros nos Estados Unidos, prevista para ocorrer ainda neste ano, foi citada no discurso de Levy durante a entrega de um prêmio “Empresas Mais” para as companhias mais eficientes do país, promovido pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.

Segundo Levy, os EUA estão sendo extremamente cautelosos sobre essa alta, e o Brasil tem que estar preparado para lidar com a situação assim que ela ocorrer.

“O governo tentou se preparar para isso desde o começo do ano, talvez com erros e acertos, mas tem isso muito claro”, indicou.

Em seu discurso, Levy voltou a defender o ajuste fiscal para sanear as contas públicas e reverter o déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto pelo governo de 2016.

“O maior risco é a busca por soluções fáceis para por a casa em ordem”, disse o ministro, destacando que o ajuste marca um novo ciclo de desenvolvimento, um passo para que o país retome o crescimento sem “um voo de galinha” e com “flexibilidade” para os investidores, principalmente no setor de infraestrutura.

Sem o ajuste, disse Levy, será difícil uma redução da taxa básica de juros, atualmente em 14,25% por ano, o nível mais alto durante o governo da presidente da Dilma Rousseff. Também será complicado controlar a inflação, que deve fechar 2015 em mais de 9%, segundo as últimas previsões, o dobro da meta oficial.

No entanto, o pacote defendido pelo governo tem tido dificuldades para avançar no Congresso devido à crise política enfrentada por Dilma, com uma base aliada dividida e afetada pelos escândalos de corrupção na Petrobras e o envolvimento de membros do PT. EFE

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