Nível de endividamento das famílias é o maior desde julho de 2013

  • Por Agencia EFE
  • 26/08/2014 16h42

Brasília, 26 ago (EFE).- A porcentagem de famílias endividadas no Brasil subiu de 63% em julho até 63,6% em agosto, seu maior nível no último ano, no momento em que a taxa média de juros que os bancos cobram dos consumidores chegou a 43,2%, seu maior nível desde março de 2011.

O número de famílias endividadas não era tão alto desde julho de 2013, quando correspondia a 65,2% do total, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

De acordo com a pesquisa, a porcentagem de brasileiros com dívidas ou contas atrasadas subiu de 18,9% em julho até 19,2% em agosto, após três meses consecutivos de queda.

Das famílias com dívidas, 11,8% se disse “muito endividada”, 24,8% “mais ou menos endividada” e 27% “pouco endividada”.

Apesar do crescimento do nível de endividamento, a porcentagem de consumidores que diz não ter condições de pagar suas dívidas caiu de 7% em agosto de 2013 até 6,6% em julho deste ano e até 6,5% neste mês.

Segundo a pesquisa, o principal tipo de dívida das famílias brasileiras é com seu cartão de crédito (75,8%), seguido pelos empréstimos diretos das lojas (17%) e pelos créditos solicitados para financiar a compra de automóveis (13,4%) e para adquirir imóveis (7,3%).

Para a CNC, o mais grave é que o endividamento sempre tende a aumentar no final do ano. “Geralmente o consumo cresce no segundo semestre, principalmente no final do ano, e isso pode elevar o endividamento”, segundo Marianne Hanson, economista da confederação.

O nível de endividamento das famílias brasileiras cresceu precisamente no momento em que os juros dos bancos para os consumidores estão em seus maiores níveis desde que o indicador começou a ser medido em março de 2011, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central.

A taxa média de juros cobrada pelos bancos sobre os consumidores subiu de 43% ao ano em junho até 43,2% ao ano em julho, seu maior nível em 40 meses, após sete meses consecutivos de elevação.

Os juros para pessoa física continuaram subindo apesar de o Banco Central ter posto fim em março à política de elevação gradual da taxa básica de juros como ferramenta para combater a inflação. EFE

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