OCDE piora projeção para o PIB do Brasil em 2017 e vê emergentes como “peça-chave” para crescimento global

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2017 13h32 - Atualizado em 20/09/2017 15h33
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Gráfico com calculadora OCDE aponta que “é crucial que o espaço fiscal seja utilizado para promover o aumento do crescimento e medidas fiscais favoráveis à igualdade”

Relatório divulgado pelo OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) nesta quarta-feira (20) avalia que o crescimento econômico mundial será maior em 2017 que em 2016, com um aumento ainda em 2018. “Mas o crescimento forte, sustentável e inclusivo de médio prazo ainda não está garantido”, aponta.

A previsão da OCDE é de que a economia global cresça 3,5% em 2017 e 3,7% em 2018, com a produção industrial e a troca comercial e maior aceleração na recuperação de gastos com a tecnologia.

As projeções refletem uma melhora “modesta” na economia global desde o relatório anterior da OCDE, de junho. Naquele relatório a projeção de crescimento para 2018 era de 3,6% (crescimento de 0,1%). A projeção para 2017 permaneceu a mesma.

Crescimento econômico do Brasil

Os números apontados para o Brasil são de crescimentos de 0,6% em 2017 (diminuição de 0,1% em relação ao relatório de junho) e 1,6% em 2018. A previsão da OCDE para este ano no Brasil é a mesma do último relatório Focus do Banco Central Brasileiro. Já o dado de 2018 destoa: o mercado nacional projeta um crescimento de 2,2% daqui a dois anos.

Crescimento lento

O relatório aponta que a recuperação do investimentos e negócios permanece muito baixa para sustentar um crescimento saudável da produtividade. Além disso, a média de crescimento foi desapontadora na média.

Mercados emergentes e China

O relatório da OCDE diz que os mercados emergentes são a “chave” para o crescimento econômico global e avalia que “um futuro crescimento fortalecido depende de reformas mais profundas”.

O crescimento nas economias emergentes cresceu de uma maneira geral, puxado pela melhora entre produtores de commodities e investimento público em infraestrutura na China, apesar de que o crescimento se deve a economias exportadoras de petróleo.

O crescimento da economia da China foi revisado para cima, para 6,8% em 2017 e 6,6% em 2018 (aumento de 0,2% nos dois anos em relação ao relatório de junho).

Medidas fiscais pró-igualdade

Para a economista-chefe da OCDE, Catherine L. Mann, “não há espaço para complacência”. “A política fiscal deve permanecer acomodativa em algumas economias, mas com um olho na estabilidade fiscal” sugere.

Mann aponta que as políticas fiscais foram abrandadas em muitas economias e afirma que “é crucial que o espaço fiscal seja utilizado para promover o aumento do crescimento e medidas fiscais favoráveis à igualdade”.

Crescimento econômico nas maiores economias

Nos EUA, o crescimento projetado é de 2,1% em 2017 e 2,4% em 2018, apoiado por um crescimento no consumo e no investimento em negócios. A criação de emprego permaneceu forte, mas ainda é incerto se haverá um impulso adicional em 2018.

A zona do euro tem crescimento projetado de 2,1% em 2017 e de 1,9% em 2018, crescimento acentuado em relação às previsões de junho, dadas revisões puxadas pelos países principais do bloco.

Os dados melhoraram na França e na Alemanha devido ao aumento da empregabilidade, à política monetária acomodativa e ao investimento, bem como ao crescimento das exportações.

A saída do Reino Unido da União europeia traz incertezas ao país.

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