Planalto não fala em pontos “negociáveis” da reforma da Previdência

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/02/2017 12h48
Vinte e um alunos da Escola de Educação Especial Primavera, no Tarumã, receberam na manhã desta terça-feira (02) a carteira de trabalho. Foto: Valdecir Galor/SMCS Valdecir Galor/SMCS Desemprego

O Palácio do Planalto sabe que o Congresso fará mudanças no texto da reforma da Previdência, mas a orientação é manter posição firme em relação a negociações, ao menos neste momento inicial da tramitação. A estratégia é endurecer as conversas agora para, mais à frente, abrir mão de alguns pontos em troca do apoio necessário. Qualquer mudança constitucional precisa de 308 votos favoráveis no plenário da Câmara.

Para os deputados, a idade mínima – 65 anos – e a regra de transição são os pontos mais nevrálgicos. Mas o segredo sobre quais aspectos da reforma são “negociáveis” tem sido mantido a sete chaves pelo governo.

Na terça-feira (21), o presidente da República, Michel Temer, recebeu 43 parlamentares governistas na tentativa de “manter a tropa de choque alinhada”. Na semana passada, a eficiência da oposição em obstruir os trabalhos ficou evidente, ao mesmo tempo que a base pouco atuou para “proteger” os representantes do governo que estavam na comissão especial. Pelo contrário, muitos governistas engrossaram o coro contra as mudanças.

“Foram colocados claramente hoje, para todos, os problemas, a falta de alinhamento de parlamentares que dão apoio ao governo e que na comissão estão tendo comportamento diferente. Óbvio que vamos fazer esse alinhamento”, disse o deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), que participou da reunião.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que articuladores do governo tentaram promover a reunião com a base antes do início dos trabalhos na comissão. Agora, o diagnóstico é que o “diálogo de alinhamento” ocorreu tarde demais. O Planalto, no entanto, é mais otimista. Nos bastidores, diz-se que o governo “ainda não ligou o trator”.

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