Poupar servidor estadual e municipal mostra que reforma desmorona, diz professor

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/03/2017 12h04
Vinte e um alunos da Escola de Educação Especial Primavera, no Tarumã, receberam na manhã desta terça-feira (02) a carteira de trabalho. Foto: Valdecir Galor/SMCS Valdecir Galor/SMCS Desemprego

O professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Geraldo Biasoto Júnior afirmou que a decisão do presidente Michel Temer de retirar servidores públicos municipais e estaduais da Reforma da Previdência, anunciada na noite desta terça-feira (21), mostra que a proposta perde força. “Na verdade a reforma está desmoronando, pois já pouparam militares, judiciário e, agora, esses servidores”, disse. “É um desastre, porque a equipe econômica disse que não poderia mudar (o projeto original) e não conseguiu”, completou.

Biasoto, que é contrário ao projeto de reforma, por, segundo ele, não atacar o financiamento da Previdência, avaliou que “do ponto de vista político, para o governo a retirada dos servidores públicos estaduais e federais melhora as condições de aprovação” no Congresso. Segundo o economista, deputados federais possuem uma base muito forte dessas categorias em seus redutos eleitorais e serão mais maleáveis para a aprovar o projeto.

“É muito mais fácil o deputado federal votar contra o previdenciário comum da Previdência Social do que contra o previdenciário estadual que compõe sua base eleitoral, por exemplo”, disse. “Mas, se um governo eleito já teria dificuldade de fazer uma reforma como essa, imagine o governo tampão?” concluiu o professor da Unicamp.

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