Programa de repatriação se torna vital para cumprimento da meta

  • Por Estadão Conteúdo
  • 23/09/2016 08h24

Palácio do Planalto "bateu picos de gastos com publicidade" e estas despesas aumentaram 65% de um ano para o outro Valter Campanato/Agência Brasil Palácio do Planalto - Ag. Brasil

As receitas decepcionam e o governo está totalmente dependente do programa de repatriação de recursos para cumprir a meta que propôs, que é a de fechar este ano com R$ 170 bilhões de déficit primário (que não inclui gastos com juros da dívida). Essa, em resumo, é a avaliação de economistas sobre os números apresentados no relatório bimestral de receitas e despesas, divulgado na última quinta-feira, 22. 

Na avaliação do economista Felipe Salto, fica cada vez mais claro que a economia não está reagindo como se desejaria. “O que continua a preocupar é a dificuldade de geração de resultados fiscais primários melhores em meio a um quadro recessivo e em que a recuperação da atividade está demorando a dar as caras: a meta deste ano ainda não subiu no telhado, mas a meta do ano que vem, neste contexto, me parece bastante comprometida”, diz Salto

A comparação do relatório de quinta com o anterior mostra que houve R$ 9 bilhões de frustração de receitas. Parte foi coberta pelos R$ 6,2 bilhões já conseguidos com a repatriação. 

Para um analista que não quer ter o nome revelado, a evolução da receita sinaliza que a repatriação terá de cobrir entre R$ 6 bilhões e R$ 9 bilhões da meta. Nesse contexto, preocupa o fato de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, insistir em defender a inclusão de familiares de políticos no programa. A mudança estenderia o prazo final para adesão e geraria insegurança jurídica. “Nem todos se sentiriam confortáveis em aderir junto com parentes de políticos, cuja origem do dinheiro pode ter questionamentos”, diz um analista. 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.