Setores produtivos vão apresentar proposta de elevação de impostos na folha

  • Por Jovem Pan
  • 06/07/2015 16h04
Marcos Santos/USP Imagens Imposto de renda

Setores produtivos da economia vão a Brasília ainda nesta semana para apresentar proposta linear de elevação de impostos na folha de pagamentos. Dirigentes de quase 80 associações empresariais se reuniram na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo nesta segunda-feira (06).

O objetivo do encontro foi alinhar o discurso e ter uma ideia fechada para apresentar ao presidente do Senado, Renan Calheiros, e ao vice-presidente da República, Michel Temer.

A expectativa é que isso ocorra nesta quarta-feira (08); as companhias pagam alíquota de 1% ou 2% à previdência, dependendo da área de atuação. O projeto do governo já aprovado na Câmara aumenta esses índices a 2,5% e 4,5%, respectivamente.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, não quis falar qual vai ser a porcentagem proposta, mas disse que o objetivo é evitar a sobrecarga de alguns setores. “Você sobrecarregar um setor em detrimento de outro ou não querer entender que há a necessidade de ajuste fiscal, nós não vamos avançar”, explicou.

Os empresários também querem deixar claro que entendem as medidas como um enfrentamento à crise e não um aumento de arrecadação eterna.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, Humberto Barbato, considerou importante ajustar a arrecadação depois.

“Ela visa atender um momento de crise e não simplesmente que a gente venha buscar um aumento de arrecadação, de tributação, como sempre ocorre no Brasil. Porque todo o momento de crise no Brasil você busca aumentar a arrecadação, mas nunca pensa em reduzir a tributação posteriormente, quando o país volta a sua normalidade”, disse.

Na visão do setor produtivo, a proposta vai gerar desemprego se for mantida da maneira como foi aprovada pela Câmara. O presidente da Associação Comercial de São Paulo, Alencar Burti, disse que a crise pode se transformar de financeira para social. “A crise, para mim, ela passa a existir quando há crise social, não só financeira”, lamentou.

Uma possibilidade é de que os empresários apresentem ideia para que a contribuição seja elevada em até 50% sem importar o setor. Pela proposta aprovada na Câmara, os setores têxtil, calçadista, de alimentação e automobilístico tiveram um aumento mais suave das alíquotas.

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