Sob comando de Goldfajn, BC conseguirá reduzir os juros, diz Febraban

  • Por Estadão Conteúdo
  • 12/12/2016 14h16
Marcelo Camargo/Agência Brasil Ilan Goldfajn

Sob o comando de Ilan Goldfajn, o Banco Central (BC) conseguiu em pouco tempo alinhar as expectativas de inflação e terá sucesso na tarefa de reduzir os juros, disse nesta segunda-feira (12) o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Essa queda de juros, afirmou, será “na velocidade que as circunstâncias permitirem”.

“O conhecimento e a competência do presidente do Banco Central foram igualmente demonstrados na condução da política cambial, em um momento de forte incerteza, com a acertada orientação de reduzir a volatilidade de curto prazo, mas sem procurar afetar nem a tendência, nem o nível da taxa de câmbio”, disse em discurso no almoço de confraternização dos dirigentes de bancos.

Portugal disse que para o crescimento sustentável são necessários inflação baixa e pouco volátil, disciplina fiscal que permita dívida pública bruta sustentável com tributação de qualidade e tamanho compatíveis com os de nossos competidores, e regime cambial flexível que absorva choques externos por meio dos sistemas de preços e de renda.

“O aumento da produtividade é a base e o principal motor do crescimento sustentável. Aumentar a produtividade é fazer mais e fazer melhor com os mesmos ou menos recursos”, destacou. 

Ano diferente

O presidente da Febraban afirmou que há uma situação diferente ao final de 2015 e que o País pode esperar volta do crescimento em 2017. “Estamos terminando o segundo ano consecutivo de recessão na economia brasileira. Mas temos, para o próximo ano, uma situação bem diferente da que enfrentávamos no ano passado, e, apesar das incertezas no cenário político doméstico e no cenário externo, podemos alimentar a convicção da volta do crescimento em 2017”, disse.

Portugal mencionou que as estimativas de crescimento para o ano que vem ainda apresentam grande dispersão, variando de 0,3% a 1,5%, a qual, segundo ele, é comum em momentos de inflexão do ciclo econômico.

Mas ressaltou que o importante é que as instituições financeiras convergem todas para a expectativa de que o Brasil crescerá no ano que vem e que, “embora o crescimento médio do ano fique aquém do que desejaríamos, a economia estará crescendo acima de 2% no último trimestre de 2017. E as projeções apontam para um crescimento ainda mais rápido em 2018”.

Portugal pontuou que o inicio do governo do Temer mostrou melhoria significativa de vários indicadores antecedentes que apontam para essa mudança no ciclo econômico. Ele citou oi o que os juros de longo prazo caíram; os CDS, Credit Default Swaps, que refletem o risco do Brasil percebido pelos investidores externos, estão em níveis bem inferiores ao que estavam nessa mesma época de 2015; a Bolsa de Valores se recuperou, com o índice Bovespa refletindo um dos melhores momentos dos últimos anos; a taxa de cambio, apesar da volatilidade recente ligada a fatores da situação internacional e da conjuntura política doméstica, apresentou valorização em relação ao nível do final do ano passado.

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