Uruguai cria programa para que camponeses e aposentados conheçam o mar

  • Por Agencia EFE
  • 29/08/2014 10h46

Montevidéu, 29 ago (EFE).- Camponeses, crianças, adolescentes e idosos de 65 anos do interior do Uruguai participam atualmente de programas de turismo social que são promovidos em cidades com poucos recursos econômicos para que viagem ao litoral e conheçam o mar pela primeira vez.

Esta ação é inspirada no conto “A viagem rumo ao mar”, do escritor uruguaio Juan José Morosoli (1899-1957), que fala sobre o trajeto que três pessoas do interior do país realizam para conhecer o litoral pela primeira vez.

Pela escassez de recursos econômicos, muitas destas pessoas nunca saíram do povoado onde moram, daí surgiu a ideia desse programa para levar essas pessoas à praia, explicou à Agência Efe o diretor nacional de Turismo do Uruguai, Benjamín Liberoff.

Este país conta com uma série de programas de turismo social nos quais participam anualmente cerca de 50 mil pessoas, que recebem ajuda para a organização de viagens, financiamento de seu custo ou ajudas que equivalem a uma porcentagem de seu custo.

Estes programas estão estruturados em função da situação pessoal ou profissional de seus receptores, de modo que seu custo, sua duração e suas atividades são fixadas em função destas condições pessoais.

Para as empregadas domésticas, são realizadas excursões a pontos de interesse turístico que em muitos casos retornam no mesmo dia, dado que seu trabalho não costuma permitir um maior tempo de folga.

Os aposentados com uma pensão baixa podem comparecer ao centro de férias de Colônia Raigón, localizada na cidade homônima, no departamento de San José, e se hospedar em seu alojamento, com diferentes atividades recreativas por um preço diário equivalente a 1,5% de sua pensão.

Estes programas de turismo social também são destinados aos adolescentes que em muitos casos não têm o poder aquisitivo suficiente para celebrar a festa de 15 anos. A partir disso, são planejadas viagens à praia ou a outras áreas turísticas pelos quais pagam US$ 35 dos aproximadamente US$ 150 ou US$ 160 dólares que custam no total.

“É muito comum que estas jovens viajem para lugares como Bariloche (Argentina) para celebrar esta festa; no entanto, há muitas que não têm recursos econômicos para fazer, por isso tem à disposição viagens desde o norte rumo ao sul ou desde o sul rumo ao norte do país, ou inclusive a Piriápolis ou Punta del Este”, detalhou Liberoff.

Para desenvolver este tipo de atividades, existem diferentes acordos entre o Ministério do Turismo uruguaio e os operadores do setor privado e, embora no geral se desenvolvam em baixa temporada, “não são uma atividade turística de segunda classe”, opinou Liberoff.

As medidas que devem ser tomadas nos próximos meses para ampliar estes programas são relativas à organização de atividades em grupo para incapacitados e à melhora de determinadas infraestruturas para adaptá-las às necessidades destas pessoas. EFE

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